terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Já tradicional jogo da sai e Amigo da Onça.


Com o tempo lembranças da nossa amizade serão apagadas das nossas memórias, mas lembranças da nossa felicidade sempre ficarão na história.

O passado e o presente são apenas meios, para nós, nosso fim é sempre o futuro. Por isso, nunca vivemos de verdade apenas esperamos viver!










sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Último Xô Segunda de 2010

Próxima segunda tem samba no Quatizinho! Último Xô Segunda do ano. O Núcleo Musical apresentará os sambas que foram cantados nos outros encontros durante o ano inaugural do projeto. No repertório estão 30 sambas de compositores contemporâneos de Piracicaba e região, na roda uma boa dúzia de batuqueiros e batuqueiras, cavaquistas e violeiros, além das palmas e vozes que completam a roda, pois casa cheia é certeza de bom samba e o para o samba bom vem gente até de fora. Mas chega cedo para pegar lugar, porque o samba promete rasgar a madrugada. Ah, se pudesse!


quinta-feira, 25 de novembro de 2010


O Ultimo Projeto 14 Sambas foi muito bacana e surpreendente, pelo fato do publico, salão cheio.

Em Relação à Candeia, quem conhece sabe o quanto é satisfatório cantar as musicas dele.

Foram arrecado aproximadamente 350 K de alimentos.

Que o a própria entidade Irmandade do Divino se encarrega de doar.

Pretendemos algumas reedições deste Projeto.
 

Ultima Roda do Ano.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

É amanhã! Projeto 14 Sambas - Candeia




DATA 06 de NOVEMBRO de 2010
HORÁRIO 19h 
LOCAL Salão do Divino Espírito Santo, no largo dos Pescadores - Rua do Porto
ENTRADA 2 reais = 1Kg de alimento não perecível (doação p/ o Divino)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Piracicaba está chorando! O Choro Está Vivo!

Se um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, não sei o que pode ter acontecido por aqui. Como pode ter chovido tantos talentos novos em terras tão secas e inférteis de sentimento e como pode plantas cresceram em meio ao veneno insólito das arbitrárias pujanças patriarcais e provincianas. Não deve existir resposta plausível, pois a pergunta não precisa ser respondida e nem deveria. Talvez a vida não possa ser explicada assim tão simples, pois se revela sempre fracionada pelos prismas ideológicos. Ou tudo seja apenas questão de negócio mesmo, onde o lucro é moeda que não se vê.
Por que tanta acidez para se falar de um sentimento tão desejante como foi o que senti ao ver e escutar meus amigos, e não porque são meus amigos, mas porque realmente impressionam pela vitalidade e espontaneidade com que expuseram seus instrumentos dentro de um gênero, ainda mais se tratando de choro, tão requintado e sofisticado, mesmo pela extensão do tempo dentro da história da música popular. Um gênero de 130 anos e que se articula pelas mãos jovens de instrumentistas, revelações de um cenário abastado e tratado como peça de museu. O choro, tão vigorante, cheio de velhas melodias novas, precioso e engalanado, majestoso e cortês. De fato não é para qualquer palheta, principalmente essas que rasgam as cordas como tudo se fosse só tensão. Mas não é por isso que devemos esmagar a possibilidade de nos entusiasmarmos com ritmo tão alucinante, minucioso, dos improvisos dolentes, daqueles que extravasavam todo o salão. Pois foi bem assim que meu interior repercutia enquanto assistia o regional do Rafael Barros, bandolinista que conduziu a noite dedicada ao choro, iniciativa do Núcleo Musical Xô Segunda, na pessoa de meu amigo Crânio ou o Fábio do Ecos. O lar do choro foi o bar do Quatizinho, espaço impulsionador da boemia piracicabana que aconchegou uma centena e algumas dezenas de pessoas na segunda-feira chuvosa de outubro. E os ouvidos foram atentos. Prova de que a música clama por seu espaço efetivo, pois o público mostra-se sedento e carecente de cultura.
Agora eu me pergunto, onde estão as casas de show e os teatros que esses jovens talentos possam se apresentar e mostrar que a juventude não é só besteirol americano? Piracicaba revela-se celeiro de novos talentos, herdeiros de uma geração que parece ter relegado nossas manifestações culturais autênticas, (como é o caso do choro e do samba e tantos outros gêneros brasileiros) geração convalescente com a cultura estrangeira que dominou nestas últimas décadas nossos meios de comunicação e, portanto, de influências artísticas, exaltando e promovendo somente a ânsia mercadológica, sem se preocupar com o papel socializante das tradições populares e suas manifestações na formação dos indivíduos.  Nos tempos do materialismo liberal, os impulsos consumistas indicam os valores de uma sociedade, no que diz respeito às suas formas de exposição mercadológica de seus produtos e bens culturais. A relação entre arte, educação, produto e cultura, revelarão dados sociológicos de como será a recepção das futuras gerações quando postas em choque com as antigas tradições. Digo isso com o desejo alarmante de refletirmos os rumos de nossa cultura. E não é o caso de nos tornarmos xenófilos ou territorialistas extremos, mas sim de pensarmos como as metáforas e abstrações populares brasileiras, o folclore e seu caráter lúdico pode interferir nos processos de formação dos indivíduos nas impessoalidades da educação formal, que necessitam de cultura, a dimensão racional dos seres. E como a falta de tais fundamentos pode causar desvios de estradas sem retorno ao princípio cultural.
Vamos entregar essa responsabilidade a quem? Aos camaradas do poder em questão, aos liberais extremistas, ao povo inerte e intoxicado, aos catedráticos criadores de problemáticas? Quem poderá nos defender? O Chapolim é mexicano...talvez o Sílvio Santos, ou o Patolino... Ah! E o Barak? 




Saulo Ligo
  

Choro Carioca - Música do Brasil

Dia 1 de novembro, segunda-feira (véspera de feriado), a turnê  "Choro Carioca - Música do Brasil" passa por Piracicaba. O projeto, que é de 2006, tem patrocínio da Petrobrás e a produção local é do bandolinista Rui Kleiner.  O show acontece as 20:00 hs no Teatro Municipal de Piracicaba "Dr. Losso Netto". Os ingressos têm preço fixo de R$ 1,00 (isso mesmo, um real) e antes do show, as 16:30 hs, haverá um workshop com os músicos e pesquisadores do projeto e será aberto a instrumentistas, pesquisadores, jornalistas, amantes do choro, historiadores e ouvintes.
O projeto conta com a participação de Mauricio Carrilho, Luciana Rabello, Cristovão Bastos, Pedro Amorim, Celsinho Silva, Nailor “Proveta”, Antonio Carrasqueira, João Lyra, Jorginho do Pandeiro, Oscar Bolão, Joel Nascimento, Hamilton de Holanda, Jayme Vignolli. Ainda, o show contará com músicas de dois compositores radicados na cidade: Belmácio Pousa Godinho (1892 – 1980) e Erothides de Campos (1896 – 1945). 

01/11 - Choro Carioca - Música do Brasil
Teatro Municipal "Dr. Losso Netto"
Ingressos: 1 real
Programa:
16:30 - workshop
20:00 - show 


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Projeto Samba & Prosa


Bicho pego  no Beco sem Saída, aproximadamente 140 pessoas testemunharam, uma linda homenagem prestada para o ilustre cantor e compositor Jessé Gomes da Silva Filho, o popular Zeca Pagodinho. Um clima de descontração e muita gente bonita foi marca do projeto Samba & Prosa, do ultimo dia 11/10 que contou com sambistas do calibre de mestre Tadeu, Cacau, Caca, Magrao, Pe, Deco, Leba, Teda, Fabio Cranio, Daniel, Bruno, Tom, Tiziu, Carolzinha, Charles, Neto RDP, Gui RDP, Duzão, Buzica, Juninho Capiva, Je Capiva, e Courinho.

Veja algumas fotos da roda, e ate o próximo dia 25/10  com homenagem ao grupo Raça, alô Tico esta é para você!
por Tury



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Clube do Samba de Piracicaba

SAMBA & POESIA é um espetáculo musical, apresentado pleo cantor compositor Serginho Gibi, que promove o encontro do samba com a poesia; integra sambas inéditos de letras poéticas com sambas clássicos da Música Popular Brasileira, além de poesias melódicas na cadência das rimas. O show tem a presença de sambistas e atores convidados e a participação do Grupo Vivavós, sambadeiras que divulgam o samba de roda da Bahia.


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Núcleo Musical Xô Segunda!

Se liga rapaziada, mais um encontro chegando! Quem comanda a roda é Rafael Barros, grande bandolinista da nossa cidade. 


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Próxima homenagem, dia 06 de Novembro de 2010

Próximo Projeto 14 Sambas homenageia Antônio Candeia Filho, mestre Candeia! 


DATA 06 de NOVEMBRO de 2010
HORÁRIO 19h 
LOCAL Salão do Divino Espírito Santo, no largo dos Pescadores - Rua do Porto
ENTRADA 2 reais = 1Kg de alimento não perecível (doação p/ o Divino)






segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil

Leandro Narloch é jornalista e autor deste livro, recentemente lançado pela editora Leya. O livro desmistifica alguns acontecimentos históricos através de informações um tanto quanto polêmicas, comparadas às que nos foram repetidas e ensinadas nas escolas de educação. Se pensarmos bem, a era democrática é reestabelecida em 1985 com o fim da ditadura militar, que vigorou desde 1964 e que tivemos um outro governo ditatorial que foi o de Getúlio Vargas, final dos anos 30 e início dos anos 40. Ou seja, os contextos políticos do século XX estão mais do que estabelecidos, estão sendo estudados e pesquisados como nunca antes, pela liberdade científica que acelerou nossos padrões de vida, sejam eles condicionados ou não. O livro de Leandro Narloch pertence a esta nova geração de historiadores e pesquisadores do Brasil, pensadores do século 21, que estão desmascarando e redesenhando o novo trajeto da educação brasileira, ancorados na nova verdade dos fatos de documentos antigos descobertos e analisados. Narloch ressalta alguns fatos como o de Zumbi e seus escravos, Santos Dummont não fez o avião, sobre os comunistas do Brasil e diversos outros temas fervorosos. Mas um deles nos interessa bastante e é quando ele fala do samba. Leandro faz uma leitura fria dos acontecimentos políticos e sociais na história do samba e sem se prender a dogmas ou categorias ortodoxas de defesas musicais, desce a caneta e aprofunda ainda mais a eterna discussão sobre o samba. O samba e o fascismo encontram relações nas palavras do autor, quando a algazarra dos entrudos e blocos de carnavais passa a ser educada pelas premissas militaristas que percorrem o mundo. O samba ganha padrão de desfile, organiza-se em marcha, instrumentaliza-se com temas nacionais, remetendo à busca de identidade e necessidade de auto afirmação do país em relação ao globo. O autor esclarece e classifica alguns períodos e suas consequências, como a influência jazzistica com que Pixiguinha e Donga inserem nas composições próprias, a influência do modernismo, relata as críticas aos autores que misturavam a música brasileira ao estrangeiro e as questões polêmicas em torno disso. Enfim, um ótimo livro para as mentes inquietas! Consumam informação.
por Saulo Ligo

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Fim do Programa Ensaio???


Em reunião no dia 18/08/10, na TV Cultura, com o pessoal da área de musicais, João Sayad afirmou que o programa Ensaio - o mais importante programa de música da história da televisão brasileira - está ultrapassado e será revisto, porque ele não gosta e o modelo é de quarenta anos atrás.
Um dos funcionários rebateu:
- O senhor é um economista, acostumado com calculadoras e planilhas. Nós aqui dos musicais estamos acostumados com sonhos, música e sentimentos. E a gente se espelha não em números, mas nesse senhor aqui do lado, que se chama Fernando Faro.
Justamente o pai do Ensaio e do programa Mobile (que foi desativado).

Sayad virou-se para um assessor do lado e cochichou:
- Quem é?
Não sabia quem era Fernando Faro, o "baixo", um dos mais importantes personagens da música e da cultura brasileira das últimas cinco décadas. O programa símbolo da TV brasileira, que documentou a música brasileira ao longo de tantas décadas foi julgado e condenado... pelo Sayad. Que nem sabia quem era Faro e o que representa o Ensaio. por Luiz Nassif





quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Partido Alto

Aqui vai uma aula de partido alto por Mestre Candeia, mas antes quero expor idéias e apresentar fragmentos de textos que nos levam a considerar que a própria história é dinâmica e que fatos antigos ganham outra expressão quando alinhados aos estudos recentes sobre cultura brasileira. Segue abaixo um fragmentos retirado do livro de Roberto Moura, "Tia Ciata e a pequena África no Rio de Janeiro:



"Nos cantos das nações se tornam comuns as giras dos
batuqueiros onde vai surgir o samba baiano, motivos
desenvolvidos pelo coro e contestados pelos solistas: o samba de
roda. Orquestra de percussionistas com tamborins, cuícas, recorecos
e agogôs. Batuque era o nome genérico que o português
dava às danças africanas suas conhecidas ainda no continente
negro, que na Bahia tomam a forma de uma dança-luta que
ocorria aos domingos e dias de festas na praça da Graça e na do
Barbalho, apesar da constante vigilância policial."

Notem nos vídeos abaixo, principalmente no segundo, Paulinho da Viola em pleno terreiro de samba questiona alguns dos presentes sobre o samba de partido alto e é de opinião geral que o partido alto vem do samba de roda da Bahia. O livro de Roberto Moura, traz em seu segundo capítulo uma detalhada introdução ao contexto social do nordeste brasileiro, no qual se forma os primeiros centros culturais urbanizados, com a grande e intensificada participação dos negros trazidos como escravos ainda antes da colonização, pois a intenção de explorar estas terras vem antes do registro de descoberta em 1500. A chegada do povo da Guiné e tantas outras etnias que se interrelacionavam e até guerreavam nas terras africanas se vêem forçados a se adaptarem a uma vida social totalmente nova, com imposições cruéis e que os obrigavam a recriar processos de adaptação, mas que nem sempre deixaram a cultura, a sabedoria, a religião e a expressão africana para trás, agora miscigenando uma nova cultura, misturando-se aos negros da terra, os ameríndios e aos donos de terra e seus costumes europeizantes.

Prestem bem atenção, pois não estou propondo nenhuma alteração na história, muito menos distorcendo fatos, mas o que quero dizer é sério e utilizo de fontes seguras como referências. Recentemente, num livro de Bernardo Alves, "A Pré-História do Samba", o autor afirma afirmava que o samba surgiu entre os índios do Nordeste brasileiro, ao que tudo indica ainda antes do descobrimento, recebendo depois importantes influências européias e africanas. Bernardo Alves utiliza documentos e estudos de conceituados pesquisadores como Sílvio Romero, Fernão Cardim, Sílvio Salema, Gilberto Freyre, entre outros. Muitos jesuítas e estudiosos da épocas colonial relatam histórias que nos levam a crer que um mapeamento do surgimento do samba no Brasil possa ser esclarecido depois de tantos anos. Muitos relatos falam dos trejeitos dos índios para com a música, seus costumes, a vida dos negros, as relações dos grupos étnicos desfavorecidos e tantas outras coisas. Por exemplo, no Tratado Descritivo do Brasil em 1587, Gabriel Soares de Sousa fala de um povo indígena da Bahia que não fora aldeado por jesuítas e conhecia o tamborim:

" Os tupinambás se prezam de grandes músicos, e, ao seu modo, cantam com sofrível tom, os quais têm boas vozes; mas todos cantam por um tom, e os músicos fazem motes de improviso, e suas voltas, que acabam no consoante do mote; um só diz a cantiga, e os outros respondem com o fim do mote, os quais cantam e bailam juntamente numa roda, na qual um tange um tamboril, em que não dobra as pancadas; outros trazem um maracá na mão, que é um cabaço, com umas pedrinhas dentro, com seu cabo por onde pegam; e nos seus bailes não fazem mais mudanças, nem mais continências que bater no chão com um só pé ao som do tamboril; e assim andam todos juntos à roda, e entram pelas casas uns dos outros; onde têm prestes vinho, com que os convidar; e às vezes anda um par de moças cantando entre eles, entre as quais há também mui grandes músicas, e por isso mui estimadas."




Muitos acreditam que esta forma de manifestação musical relatada era frequente nos sambas de roda do recôncavo baiano e futuramente nos terreiros de samba do Rio de Janeiro chamados de partido alto. 







sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Clube do Samba de Piracicaba


Sábado tem Clube do Samba, no antigo Casa Velha na Rua do Porto e quem fará a festa de agosto é o grupo 
Amigos do Dito, formado em Limeira com 18 integrantes.


      Amigos do Dito é um grupo de jovens amigos compromissados e atuantes em várias frentes da batalha social. Além de executar, promover e divulgar o Samba como gênero musical, os amigos exercem sua cidadania em projetos sociais e culturais no vizinho município de Limeira. Mas, segundo o músico Sergio Ricardo, na vertente musical o carro-chefe do trabalho do grupo é mesmo o Samba de Raiz. Esse ritmo puro abre possibilidades de sinergia e diálogo com todos os segmentos da sociedade, já que é um ritmo intrínseco, presente desde sempre no repertório de vivências culturais do brasileiro. O Samba é eterno e merece ser divulgado para as novas gerações. Por isso, os integrantes do Amigos do Dito afirmam que não são apenas um grupo de samba. “Somos sim, um grupo de amigos que gostam e se reúnem para fazer o samba, por isso, quanto mais pessoas envolvidas na roda, melhor." O nome do grupo é alusivo a São Benedito, que os jovens adotaram como símbolo e o chamam carinhosamente de Dito. O italiano Benedetto, nascido na Sicília e canonizado Santo pela Igreja Católica, tinha pele negra porque era filho de escravos trazidos da Etiópia. Assim como São Benedito, que plantou uma semente de amor incondicional e caridade para as gerações futuras, os jovens do Amigos do Dito afirmam que já plantaram uma semente de alegria e cultura se utilizando do samba-raiz, e já estão colhendo os primeiros frutos. O grupo é integrado pelos seguintes músicos e cantores: Binho, Camila, Cássio, Daninha, Dionísio, Edinho,Fábio, Kátima, Jece, João Bode, Kelly, Márcio, Marquinhos, Maurício, Palloma, Sandra, Sérgio Ricardo e Vivian.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

4ª Feijoada Quilombola





Salve Comunidade Quilombola! Grande encontro, mais um pra história. Bateu uma fome e não levei marmita embora, que arrependimento! A feijoada estava formidável, como sempre, bem carregada e saborosa. O povo foi com fome, de feijoada e de samba e o couro comeu. Música boa pra mais de metro, choro de primeira linha com a rapaziada de Limeira, a encantadora Lu Garcia e seu trio da pesada, Wagnão, Legal e Betão! Tudo organizado e o ambiente bom, cheio de gente nossa, gente boa e clima bom já sabe, o samba flui. A roda fez o papel dela, levantou o povo e todo mundo sambou e cantou Paulinho, cantou Candeia, cantou Nelson e Geraldo Filme e Murilão da Boca do Mato. 



E a coisa é mais simples do que possamos imaginar. Se o samba é a voz do povo, ontem o povo falou, cantou, dançou e se reuniu em torno de algo verdadeiro, um encontro de pessoas pra botar as coisas no lugar, "promover cultura" como dizem por aí, mas cultura não é coisa que faça. Cultura é coisa que se vive e pra viver tem respirar aquilo, ser aquilo. Ontem foi assim. O samba foi nosso guia e através do samba fomos nós, cantar e dançar e festejar com nosso povo coisas do nosso povo. O samba falou mais alto e a moda foi à brasileira! Coisa rara, são coisas nossas. 

Jose (violão), Ademir pandeiro, Rafael (cavaco) e Mateus (cavaco)   





Legal (baixo), Wagnão (bateria), Beto Silva (guitarra) e Lu Garcia






Grande abraço à todos. 
Saulo Ligo

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Salve Toniquinho Batuqueiro!

É com grande prazer que posto este documentário produzido em Piracicaba. O vídeo é o primeiro da série Histórias do Samba, apresentando Seu Toniquinho Batuqueiro. A produção é resultado de uma oficina de História Oral e produção de Documentário ministrado em junho de 2010 no SESC Piracicaba, pela FILÓ Comunicação e pelo historiador Pablo Carajol. 
Vamos ao que interessa e sem mais delongas! Bom filme a todos!


















quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mestre Candeia

Vou pelas minhas madrugadas a escutar samba e escrever o que se passou, pois não é toda dia que tem roda de samba...mas bem que poderia. Agora pouco me veio à lembrança um samba de Candeia, Pintura sem Arte, e com ele uma enxurrada de pensamentos, neles veio o Projeto 14 Sambas, que comemora 5 anos de samba e quem puxou o verso inicial foi Mestre Candeia. Aí pensei logo: por que não fazer uma roda cantando os sambas de Candeia e relembrar o projeto, minha justificativa é não ter participado do primeiro Projeto 14 sambas, pois não conhecia a querida e hoje minha escola de samba, Comunidade Quilombola, pois foi onde aprendi o que é uma roda de samba tradicional. Mas antes de articular esta roda com a força dos amigos, vale a pena comentar a obra e vida de Antonio Candeia Filho, um autêntico sambista brasileiro.

Biografia Comentada





Antônio CANDEIA nasceu em 1935, no dia 17 de agosto e cresceu no bairro de Oswaldo Cruz, berço da Portela. Sua infância foi marcada pela vida cultural regada de choro, influência do pai flautista, de samba e partido alto, pois conhecera Paulo da Portela, Claudionor Cruz, Zé com fome e Luperce Miranda nas rodas familiarizadas desde criança. Candeia se forma num ambiente marcante para a música popular, o período de formação e estruturação das escolas de samba do Rio de Janeiro, onde conceitos de identidade nacional e tradição popular eram delineados pelas festividades carnavalescas, diante da mais pura manifestação cultural de um povo, da qual se instaura as bases do carnaval brasileiro, dos desfiles organizados e temáticos, envolvendo comunidades representadas por pessoas que traziam o samba como bagagem cultural de vivencia e porque não, de resistência popular. Provavelmente, o contexto em que se formou sambista foi de crucial importância para e efetivação de seu nome na história da música brasileira, considerando que Candeia era frequentador da Escola de Samba Vai Como Pode, que deu origem à Portela e que daria suporte para nos anos 70 participar de um movimento de resistência à imposições externas que mudariam o rumo das escolas de sambas, defendendo que tais influências poderiam distorcer (e como distorceram!) a concepção de cultura construída pelo povo em relação ao samba. A crítica de Candeia e outros integrantes portelenses, entre eles Paulinho da Viola, era que na década de 60 muitas pessoas sem identificação com o samba passaram a modificar a escola e interferir estruturalmente no carnaval, chegando a deturpar os sambas antes comuns aos portelenses que viviam o dia a dia da escola e da comunidade. Quero ressaltar a importância desse fato, documentado e passível de análises que condizem com as angústias dos questionadores portelenses que discutiam os rumos particulares e portanto identificados com a história da Portela, pois realmente as modificações explicitadas foram incorporadas e espetacularizadas no carnaval, distorcendo o seu real sentido de manifestação popular para produto comercial.
A postura de Candeia demonstra seu braço firme e pulso forte pelo samba e suas razões, comprovado em seus sambas, marcados pela poeticidade autêntica do sambista que nos permite separar seus 30 anos de composição, pois começou compor aos 13 e morreu precocemente aos 43 anos. A primeira fase condiz com sua formação de sambista, com forte influência do partido alto, do comprometimento com as causas e políticas negras, das letras marcadas pelo sofrimento do pobre, do marginal, das injustiças, dos preconceitos. Em 1957 entra para a polícia, pois era uma atividade que trazia certa segurança financeira e prestígio social em detrimento do preconceito racial, mas sua história na milícia acaba trágica. Numa batida policial em 65, Candeia descarrega a pistola nas rodas de um caminhão abordado e acaba surpreendido pelo motorista que desfechou cinco tiros, um deles alojou-se na medula óssea. Paralítico, afastou-se da profissão, mas o trauma de vida perturbou-lhe e assim começa a segunda fase de sua obra musical. O acontecido acometeu depressões que foram expressas em frases desinteressadas do presente e passado, mas que Candeia carregaria como marca poética em sambas falando sobre questões existencialistas e filosóficas demonstrando o abalo psicológico e das dificuldades que passa a enfrentar. Felizmente a filosofia do samba canta mais alto e a chama de Candeia se eternizou em sambas saudosos e que revivem nas rodas de samba em todos os cantos do país.
Superando todas as adversidades e cantando outras, Candeia teve a trajetória artística impecável e traduziu em sambas suas idealizações e concepções a respeito do samba e suas raízes. Ganhou o enredo do carnaval com 17 anos, formou conjuntos de compositores, foi gravado por muitos artistas, escreveu livro e lançou discos com outros grandes nomes do samba como Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, ilustrados na foto. 


Para finalizar a postagem, fiquem com o samba "Pintura sem Arte" de Candeia, para ilustrar a profundidade  das letras, nesta em especial, pois trata do acidente que o imobilizou as pernas e conduziu uma fase poética marcada pela tristeza e lamento dos versos. 








PINTURA SEM ARTE Candeia

Me sinto igual a uma folha caída
Sou o adeus de quem parte
Pra quem a vida é pintura sem arte
A flor esperança se acabou
O amor, o vento levou
Outra flor nasceu é a saudade
Que invade tirando a liberdade
Meu peito arde igual verão
Mas se é pra chorar, choro cantando
Pra ninguém me ver sofrendo
E dizer que estou pagando

Não, não basta ter inspiração
Não basta fazer uma linda canção
Pra cantar samba se precisa muito mais
O samba é lamento, é sofrimento, é fuga dos meus ais
Por isso eu agradeço a saudade em meu peito
Que vem acalentando o meu sonho desfeito
Jardim do passado, flores mortas pelo chão

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O SAMBA INDÍGENA


por Saulo Ligo

Lembro-me, numa das conversas passadas com o amigo Fabio do Ecos, ele me apresentou novas idéias sobre o surgimento do samba. O caso era que Bernardo Alves, um pesquisador pernambucano, escrevera um livro intitulado "A Pré-História do Samba", lançado em 2002 e neste livro ele apresentara levantamentos históricos que colocam o samba no berço indígena no nordeste brasileiro. E o assunto já vem sendo proposto há muito tempo, pois o folclorista Sílvio Romero, ainda no século XIX admitiria estar convencido, o samba é de origem indígena. Romero chegou a tal conclusão analisando documentos históricos coloniais, de escritores como Fernão Cardim e Couto de Magalhães. 


O fato é que, no romper do terceiro milênio, muitas conclusões à respeito do samba e suas origens ganham sentidos nunca antes atrelados, sentidos esses que perpassaram o tempo e conviveram na desarticulação das informações, tantas vezes dirigidas e endereçadas aos interesses particulares. Acontece é que o tempo passa e as pessoas mudam, com isso devo eu tirar minhas próprias conclusões, porém indicando a fonte da informação pra não dizerem que não tem fundamento ou não faz qualquer sentido. Os tempos são outros, mas a carcaça é a mesma erigida dentre milênios de florestas e centenas de séculos de civilização. 

No livro "Origem do Termo Samba", publicado em 1978, Batista Siqueira nos dá a pista das discussões inacabadas e que nunca terão sentido se não considerarmos que a palavra "samba" pode sofrer conotações distintas de acordo com o idioma que corresponder e que este fato é principal causador de desavenças, pois se buscar a origem da palavra na África, na Jamaica ou numa língua indígena, diferentes denotações serão postas em choque. Inclusive, Jacques Raimundo, autor do livro O Negro Brasileiro de 1936, põe em contraste o significado em tupi para a palavra samba que quer dizer "dança", com o sentido conguês que quer dizer "oração". Por isso antes de levantar suspeitas vamos nos ater aos aspectos históricos e contextos sociais das épocas que envolvem o Samba para não suplantarmos culturas que no fundo se complementavam, pois nos levantamentos históricos fica explícito a influência portuguesa nos indígenas com a introdução de novos instrumentos musicais. Isso mostra a suscetibilidade das culturas em se apoderar da cultura dos outros.

Bernardo Alves, postula em seus estudos que o samba era prática surgida entre os índios do nordeste brasileiro, talvez mesmo antes do descobrimento, incorporando posteriormente influências européias e africanas. No litoral nordestino os Tupi classificavam um grupo de tribos que pertenciam aos povos Kariris. Eles eram chamados pelos Tupis de Tapuias. O termo tapuia significa intruso, bárbaro, inculto; embora os intrusos estivessem no continente americano antes mesmo dos Tupis. Para situarmos no tempo, estamos falando de pelo menos 10 mil anos. Fabio Gomes, em seu Panorama Histórico da Música Brasileira, resume os estudos de Bernardo Alves e nos introduz ao conceito do samba indígena. O trecho foi retirado do site Brasileirinho: (o link estará no final da postagem)

"SAMBA - O samba nasce com as músicas cantadas ao som de flauta e maracá durante as festas “sambahó”, nas quais os índios cariri do sertão de Pernambuco comiam cágado (um parente da tartaruga) e consumiam bebidas fermentadas, provavelmente mesmo antes da chegada dos portugueses. O contato com estes (principalmente os jesuítas) permitiu aos cariri incluir no samba viola, pandeiro e tamborim, ainda durante o século 17. Descendentes de índios e portugueses, os mercadores caboclos que compravam mercadorias em Olinda e Recife e as revendiam no sertão ajudaram a divulgar o samba, permitindo que este fosse conhecido pelos negros do litoral, que lhe reforçaram a percussão e colaboraram com sua difusão por todo o Nordeste. Ao final do século 19, dezenas de grupos denominados “sambas” desfilavam no carnaval do Recife, ao lado dos grupos de maracatu. O ritmo só passou a ser conhecido no Sudeste a partir da decadência da economia açucareira do Nordeste, com o conseqüente êxodo de escravos para as novas lavouras de café. É então que começam a acontecer no Rio festas de samba em núcleos de pernambucanos e baianos emigrados."

Um texto consistente e convincente, no que diz respeito aos estudos de cultura popular. A conclusão que tiro momentaneamente é que para o bem da cultura popular brasileira, os estudos dos rítmos brasileiros e das tradições populares necessitem de novas ambições, que se traduzam no âmbito nacional e realmente possibilitem a maior compreensão daquilo que nos envolve quando falamos em Cultura, no sentido mais abrangente da palavra, afinal somos todos produtos do mesmo meio, embora as coisas boas desse nosso Brasil sejam deixadas de lado. Para que os "finarmente" não se traduza em pessimismo, fica a esperança de que o leitor sinta-se à vontade para questionar e pensar o que quiser, basta falar. Estamos às ordens do samba!


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