segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil

Leandro Narloch é jornalista e autor deste livro, recentemente lançado pela editora Leya. O livro desmistifica alguns acontecimentos históricos através de informações um tanto quanto polêmicas, comparadas às que nos foram repetidas e ensinadas nas escolas de educação. Se pensarmos bem, a era democrática é reestabelecida em 1985 com o fim da ditadura militar, que vigorou desde 1964 e que tivemos um outro governo ditatorial que foi o de Getúlio Vargas, final dos anos 30 e início dos anos 40. Ou seja, os contextos políticos do século XX estão mais do que estabelecidos, estão sendo estudados e pesquisados como nunca antes, pela liberdade científica que acelerou nossos padrões de vida, sejam eles condicionados ou não. O livro de Leandro Narloch pertence a esta nova geração de historiadores e pesquisadores do Brasil, pensadores do século 21, que estão desmascarando e redesenhando o novo trajeto da educação brasileira, ancorados na nova verdade dos fatos de documentos antigos descobertos e analisados. Narloch ressalta alguns fatos como o de Zumbi e seus escravos, Santos Dummont não fez o avião, sobre os comunistas do Brasil e diversos outros temas fervorosos. Mas um deles nos interessa bastante e é quando ele fala do samba. Leandro faz uma leitura fria dos acontecimentos políticos e sociais na história do samba e sem se prender a dogmas ou categorias ortodoxas de defesas musicais, desce a caneta e aprofunda ainda mais a eterna discussão sobre o samba. O samba e o fascismo encontram relações nas palavras do autor, quando a algazarra dos entrudos e blocos de carnavais passa a ser educada pelas premissas militaristas que percorrem o mundo. O samba ganha padrão de desfile, organiza-se em marcha, instrumentaliza-se com temas nacionais, remetendo à busca de identidade e necessidade de auto afirmação do país em relação ao globo. O autor esclarece e classifica alguns períodos e suas consequências, como a influência jazzistica com que Pixiguinha e Donga inserem nas composições próprias, a influência do modernismo, relata as críticas aos autores que misturavam a música brasileira ao estrangeiro e as questões polêmicas em torno disso. Enfim, um ótimo livro para as mentes inquietas! Consumam informação.
por Saulo Ligo

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