sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Paulo Cesar Pinheiro - NOSSO HOMENAGEADO




No próximo dia 09 de novembro o Projeto 14 Sambas estará homenageando o cantor e compositor
Paulo César Francisco Pinheiro que nasceu em Ramos, no Rio de Janeiro, em 28 de Abril de 1949. Quando criança viveu boa parte de sua vida em Angra dos Reis, na casa do avô pescador, que sempre o levava para ver o mar.
Numa temporada de férias escolares, na casa do de lua cheia, já agoniado com o lugar, fez seu primeiro verso instintivamente. Daquela noite em diante, tornou-se o autor com maior número de composições registradas no mundo, cerca de 800 e outras 1500 inéditas, sendo este um número estimado, pois continua em plena atividade. Paulinho Pinheiro é ainda autor de quatro livros e mais alguns outros guardados na gaveta. De mau aluno de português e burlador de aula de redação, tornou-se, ainda na infância, freqüentador assíduo de bibliotecas e leitor voraz de livros, mesmo sem ter algum conhecimento em literatura, lia dos filósofos gregos aos romances regionais brasileiros. A música nasceu dentro de tudo isso e também sem explicação. Paulo Cesar é compositor de cinco gerações, mais de 100 parcerias, onde se destacam Pixinguinha, Baden Powell, Tom Jobim, Edu Lobo, Dori Caymmi, Sivuca, Radamés Gnatalli, Eduardo Gudin, João Nogueira, Mauro Duarte, Maurício Tapajós, Guinga, Raphael Rabello, Pedro Amorim, Moacyr Luz, Lenine e tantos outros. Começou a compor com 13 anos de idade e aos 15 anos escreveu Viagem, com seu vizinho João de Aquino, primo de Baden Powell do qual logo também virou parceiro com mais de 70 composições. Suas canções foram consagradas por divas como Elis Regina, Elizeth Cardoso e Clara Nunes, com quem foi casado. Paulo Cesar Pinheiro se dá o luxo de poder sair nas ruas sem ser notado. E talvez este anonimato seja o responsável por manter, até então, a pureza e singularidade de toda sua obra. Paulo C Pinheiro traz em suas letras as riquezas de nossa cultura, seja na autenticidade poética, seja na beleza rítmica e harmônica, tanto em seus sambas de lamento, pois como ninguém descreve o amor e suas facetas, quanto em seus sambas com teor social pela sua intelectualidade crítica e profunda conhecedora das raízes, das tradições, dos cancioneiros, dos ritos e mitos brasileiros. Paulo César Pinheiro é poeta, letrista, escritor e acima de tudo, apaixonado pelo Brasil. O Projeto 14 Sambas Quilombola tem o prazer de apresentar uma minúscula partícula de sua vasta obra. Aqui em nosso blog você poderá ouvir algumas músicas que serão exibidas no Projeto do dia 09 de novembro na Sociedade Beneficente 13 de maio em Piracicaba -SP. por Denis
Abaixo um vídeo onde Paulo Cesar explica a criação da música Portela na avenida

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A Rádio Ziriguidum 2

Inaugurando a Rádio Ziriguidum 2 em nosso blog.
Some a presença da pesquisadora e cantora Cristina Buarque com o pessoal talentoso do Samba de fato e você já terá noção do tom deste album. Além de composições emocionantes o álbum tem a participação de Paulo Cesar Pinheiro em algumas faixas o que embeleza muito mais o trabalho. Conforme o pessoal do blog Vermute com amendoim definiu: "De Garrincha a Paulinho da Viola, de Nilton Santos a Walter Alfaiate, o bairro de Botafogo sempre foi celeiro de craques. Mauro Duarte esteve na linha de frente do samba de Botafogo. Nos botequins, nos terreiros, nas rodas, a presença do Bolacha era tão contínua quanto a água que jorrava do pinto do Manequinho. Dezoito anos depois de sua morte, o grupo Samba de Fato e a cantora Cristina Buarque realizam a maior homenagem já prestada ao sambista, com o lançamento do álbum duplo “O samba informal de Mauro Duarte”, pela Deckdisc. São trinta faixas, entre inéditas, raridades e fragmentos de músicas completadas pelo parceiro Paulo César Pinheiro, a partir do repertório escolhido pelo cantor, violonista e produtor do disco Alfredo Del-Penho, que integra o Samba de fato ao lado de Pedro Miranda (voz e percussão), Paulino Dias (percussão e voz) e Pedro Amorim (bandolim e voz)". por Vermute com amendoim
CRISTINA BUARQUE E SAMBA DE FATO - O SAMBA INFORMAL DE MAURO DUARTE - DISCO 1


CRISTINA BUARQUE E SAMBA DE FATO - O SAMBA INFORMAL DE MAURO DUARTE - DISCO 2


Adriana Moreira é mais uma das típicas representantes e defensoras do samba raiz, amante do ritmo, participou de vários festivais e peças teatrais importantes. A interpretação de Adriana Moreira somada as composições deste fundamental sambista bahiano, dão o tom deste trabalho ímpar sobre a obra de Batatinha intitulado "Direito de Sambar"
DIREITO DE SAMBAR - Adriana Moreira canta Batatinha

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

ACESSE A RÁDIO ZIRIGUIDUM DIRETO DO BLOG













Aqui neste espaço da Rádio Ziriguidum: Velha Guarda do Camisa Verde, Gisa Nogueira (Irmã de João Nogueira), o disco Gospel de Bezerra da Silva e o clássico tributo a João Nogueira para você ouvir aqui diretinho de nosso blog... De prévia vocês curtem uma roda de samba do penúltimo projeto de 2007 no Engenho Central de Piracicaba.

PROJETO 14 SAMBAS - ÚLTIMO PROJETO DE 2007 - Realizado no mês de setembro no Engenho Central da cidade de Piracicaba - S. P.





01-O poder da Criação (Paulo Cesar Pinheiro e João Nogueira) - Interpreta Quati
02-Passado de Glória (Monarco) - Interpreta Deco

03-Passarinho (Chatim) - Interpreta Buziga Deco e Samuel

04-Folhas Secas (Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho) - Interpreta Samuel

05-Minha festa (Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho) - Interpreta Gustavinho e Samuel
06-Dona Carola (Nelson Cavaquinho)- Interpreta Buziga

07-O meu nome já caiu no esquecimento (Paulo da Portela) - Interpreta Leba

08-Seleção de partidos - Interpreta Projeto 14 Sambas
09-Alguém me avisou (D. Ivone Lara) - Partic. espec. Roberto Mahn
10-Volta por cima (Paulo Vanzolini) - Partic. espec. Roberto Mahn
11-Seleção de Partidos - Interpreta Vaguininho e Deco

12-Opinião (Zé Keti)- Interpreta Buziga

13-Mascarada (Elton Medeiros e Zé Keti)- Interpreta Juninho
14-Seleção de sambas - Interpreta Projeto 14 Sambas


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VELHA GUARDA DO CAMISA VERDE E BRANCO - CANTO PARA VIVER - Uma das guardiãs do samba paulista à quem se deve muito respeito, pelos anos de luta, pereseverança com espírito enraizado nos desfiles de tantos carnavais.









BEZERRA DA SILVA - CAMINHO DE LUZ -Um de seus últimos trabalhos. Realizado quando se converteu à Igreja Universal do Reino de Deus em 2005, Bezerra ja foi mendigo e se converteu a Umbanda, quando um anjo, segundo o mesmo, os salvou. Este disco foi feito no final de sua vida , quando já estava convertido ao protestantismo.








JOÃO NOGUEIRA - ATRAVÉS DO ESPELHO - Tributo a João Nogueira - Homenagem a JoãoNogueira realizada por vários parentes e amigos à este que sempre quis ver sua obra realizada através de um grande espetáculo, o qual o destino o impediu de presenciar e realizar.







GISA NOGUEIRA - SALDO POSITIVO - 1978 - Irmã de João Nogueira provando que o sangue de sambista e a música estão intrísecas na veia da família.









PAULO CESAR PINHEIRO - COLETÂNEA - Neste album uma coletânea de sucessos de Paulo Cesar Pinheiro que brindaram sua carreira como o maior compositor de musicas gravadas no país e no mundo.






SAMBA DE RAINHA - Grupo de Samba de São Paulo composto exclusivamente por mulheres com um repertório de composições próprias e muito samba autêntico










TIA SURICA - Com 63 anos,Tia Surica lançou pela FINA FLOR, seu primeiro Cd cujo repertório reúne a elite de compositores da Portela como Monarco, Chico Santana, Aniceto, Casquinha,Manacéa, entre outros









O CANTO DOS ESCRAVOS - O trabalho, original de 1982, reúne Clementina de Jesus, Geraldo Filme e Tia Doca, que interpretam cantigas ancestrais dos negros benguelas, de São João da Chapada, em Diamantina, Minas Gerais









VELHA GUARDA DO SAMBA CAPIXABA - Formada em 2001 pelos sambistas Lajota e Tunico do Cavaco , a Velha Guarda Capixaba tem por objetivo traçar um panorama da história do samba capixaba, que remonta à Vitória portuária e interiorana das décadas de 1950 e 1960, quando foi fundada a primeira escola local, a Unidos da Piedade








Esta coletânea reúne mais de 100 marchinhas interpretadas por Eduardo Dussek, Soraya Ravenle, Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho, Juliana Diniz e Sabrina Korgut. A pesquisa do repertório ficou a cargo do jornalista Sergio Cabral e da historiadora Rosa Maria Araújo. Juntos, eles ouviram, durante quase um ano, cerca de 1.000 marchinhas compostas entre os anos 20 e 70 (CD 1)








Esta coletânea reúne mais de 100 marchinhas interpretadas por Eduardo Dussek, Soraya Ravenle, Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho, Juliana Diniz e Sabrina Korgut. A pesquisa do repertório ficou a cargo do jornalista Sergio Cabral e da historiadora Rosa Maria Araújo. Juntos, eles ouviram, durante quase um ano, cerca de 1.000 marchinhas compostas entre os anos 20 e 70 (CD 2)








Fina Batucada - O Galocantô, é formado por Edson Cortes, Léo Costinha, Lula Matos, Pedro Arêas e Rodrigo Carvalho (todos estes voz e percussão), Marcelo Correia (violão de 7), Pablo Amaral (cavaco e voz), todos da boa safra de músicos surgidos na Lapa ao final da década de 90.Fina Batucada conta com as participações especialíssimas de Beth Carvalho, Arlindo Cruz Pra Lá de Legal, Rildo Hora e Velha Guarda do Império Serrano na






Criado em 1996, o Toque de Arte é um grupo vocal tipicamente de samba, com vertentes para o choro e o forró, inspirado em alguns de seus principais artistas como Noel Rosa, Martinho da Vila, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Roberto Ribeiro, Djavan e Gilberto Gil, entre outras tantas referências que vêm escrevendo a história musical brasileira. Formado por Marcelo Eloi (Voz e Percussão), Marcelo China (Voz e Violão), Marcio Costa (Voz,Cavaco e Percussão) e Fernando Regis (Voz, Cavaco e Percussão).



Neste tríbuto a Nelson Cavaquinho, gente de peso em um trabalho muito emotivo, com vários arranjos. Os chorões do Galo Preto e os cantores Nelson Sargento e Soraya Ravenle fazem um belo tributo ao cantor Nelson Cavaquinho recheado a músicas conhecidadas e inéditas.


E O JAMELÃO NÃO GOSTOU...


Ao procurar palavras para definir o mestre, me deparei com estes dois vídeos, que soaram como traduções importantes ao nosso irreverente, amado, rabugento e de boas "tiradas" Jamelão; figura ímpar na construção da história do nosso samba brasileiro; curtam que o sorriso é garantido.


Eternamente Jamelão..

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mestre Délcio Carvalho e seu amigo "Luizinho"


Abaixo um texto enviado carinhosamente ao Projeto 14 Sambas pelo Mestre Delcio Carvalho feito ao amigo Luiz Carlos da Vila, ou como carinhosamente o chamava "Luizinho"



Na foto Mestre Delcio Carvalho e Luiz Carlos da Vila

ADEUS, LUIZINHO ADEUS, FRANCO,ADEUS
Desencarnou o amigo, dedicado e grande compositor popular, Luiz Carlos da Vila. Com ele fecha-se o ciclo de um grande poeta e abre-se a pergunta: porque o artista do povo não tem acesso à grande mídia? Por que tem que ficar restrito aos guetos, ignorados pelos cardeais, pelos inventores e pseudo donos do samba? Se prestarmos atenção, perceberemos que falta muito para talentos como o Luizinho, como eu o tratava, chegarem ao devido lugar, às alturas que eles merecem.
Tenho um CD com uma música inédita do Luiz, que ele me deu para colocar letra. Tão linda, tão bonita, que toda vez que eu o encontrava dizia pra ele que música e letra deveriam ser dele. Ao que ele me respondia: “você quer me tirar o prazer de ter uma parceria contigo?” Ele se dizia fã de um samba que fiz para o grupo “Lá vai samba” com o mesmo título. Este grupo tinha como integrante o violonista Carlão Elegante, que foi seu vizinho e primeiro professor de violão, além de Jonas do Cavaco, Everaldo Cruz, também no violão, Samuca e Baianinho da Cuíca.
Os autores populares têm uma imensa dificuldade de chegar aos altos escalões da mídia, além de ter que virar redondo para cumprir agendas de shows baratos, para ganhar a vida, cantando aqui e ali, quase de graça e às vezes até de graça mesmo. Agora chegamos à era dos bem-vindos projetos, que abriram novas portas e nos dão chance de publicar ou gravar nossas músicas, já que, para se gravar com os grandes nomes, somos barrados e até condenados ao ostracismo pelos “grandes produtores”, que preferem velhos chavões, que fazem sucesso rápido e depois passam e vão pro lixo de nossas memórias, do que as novas vertentes que o samba procura e que o Luizinho tanto buscava. As pessoas não têm idéia do trabalho que dá compor, gravar em estúdio para ter uma boa qualidade, para que possamos sair atrás dos cantores e fazê-los gravar. E já saímos vencidos, pois os grandes cantores, os que nos dão algum retorno monetário, já têm os seus cupinchas, que fazem, bem ou mal, e já têm suas faixas certas nos CDs. Aí, quando a bolachinha é lançada, é que se nota a série de bobagens e as músicas de qualidade duvidosa que se grava. Com certeza estou ressalvando as exceções. Algumas vezes os “grandes produtores” procuram salvar suas produções fazendo com que se regravem grandes sucessos de antigamente. São antigos, mas têm qualidade e, por isso, sobrevivem. A grande saída são mesmo os projetos e não podemos nos esquecer da nova geração de intérpretes que estão chegando para ficar. Estes jovens gravam pela qualidade, sem nenhum preconceito. Estão surgindo verdadeiros astros que me dá prazer de citar os nomes de alguns: Ana Costa, Mariana Baltar, Marina de La Riva, Roberta Sá, Moyseis Marques, Lucio Sanfilippo. Verônica Ferriani, Giana Viscardi... que me desculpem se estou esquecendo alguns nomes. São jovens com outra mentalidade e estilo, que estão dando força aos que têm valor. Creio que em pouco tempo a música popular brasileira terá maiores avanços, longe dos vícios. Não podemos nos esquecer da formação de novos públicos, que acompanham estas novas e brilhantes estrelas, vibrando e cantando tudo. Tudo muito diferente do que é o nosso meio até agora, cheio de perversidade, um querendo derrubar o outro, a mania de deturpar os fatos. Até hoje ainda existem muitos que não sabem que quem trouxe a esquecida Ivone Lara (esquecida, na época, até pela sua escola do coração, Império Serrano) para o meio musical, fui eu. Hoje, fazer samba com Dona Ivone é fácil. No começo, na época da dureza, ninguém ia lá em cima (Inhaúma) fazer música com ela e trazê-la para cá. Os meios de comunicação só escutam o que interessa para alguns. O outro lado fica de fora sem ter o direito de contar a verdadeira história, e assim se desvirtua o passado e se constrói um presente/futuro mentiroso e manipulado.
O compositor popular de talento tem que se virar – pintar quadros, escrever sobre botequins e biritas para ter acesso à mídia, quando nada, tornar-se produtor e comandar os coitadinhos dos menos favorecidos.
Outro dia, morreu o Toco da Mocidade, outra admiração do Luizinho. Nem uma homenagem da Escola de Padre Miguel, sua escola, ele teve. Tantos sambas-enredos belíssimos e, na hora de prestar a última homenagem... se não fossem os admiradores, amigos e parentes, seria mais um indigente. Outro que se foi – o Franco. Em vida, o parceiro já não citava o nome, agora que se foi é que ninguém fala. Grande letrista, grande amigo, grande figura. Um ser humano de um coração transbordante de bondade. Eu, pelo menos eu, tenham certeza, não os esquecerei. Eram todos meus parceiros queridos.
Enfim, vida que segue. Vamos lá, gente, correr atrás dos projetos, salvação de nossas lavouras.
O Luizinho da Vila era um dos que levantavam meu astral na hora do desânimo. Que Deus o tenha e lhe dê a acolhida merecida no cast dos grandes artistas deste Brasil, que ele valorizou com seu talento.
DELCIO CARVALHO


Mestre Délcio que estas palavras sirvam de estímulo à todos que ainda buscam manter viva a chama de seu espírito Projetista, nós lhe somos gratos pela contribuição. por Fabio

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Papo de Bamba - 2ª Edição - Riachão



"Chô Chuá cada macaco no seu galho..." Riachão

Uma vez por mês o Projeto 14 Sambas publicará aqui informações sobre ilustres sambistas mostrando um pouco de sua obra, vida e luta em prol do Samba e do cotidiano brasileiro: Com 87 anos é impossível ver e não se contagiar com a figura deste alegre sambista e cronista musical da cidade de Salvador. Ator, músico e figura clássica da Bahia Riachão vivenciou todas as transformações pelas quais passou a música popular brasileira e os meios de comunicação no decorrer do século XX.
Nascido no bairro de Fazenda Garcia, em Salvador, onde reside até hoje, já foi alfaiate, contínuo de banco, vendedor de cachorro-quente e por 20 anos trabalhou na Rádio Sociedade da Bahia.
O apelido "Riachão" lhe foi dado quando ainda era adolescente: "Eu fazia uma pose de brigão e ganhei a fama de Riachão, termo que os baianos usam para falar de gente difícil" conta o mesmo.
Atualmente Riachão é considerado um dos mais importantes sambistas de raiz da Bahia, ao lado de Batatinha, Panela, Walmir Lima, Ederaldo Gentil, Nélson Rufino, Garrafão, Goiabinha, J. Luna, Roque Ferreira e Edil Pacheco, sendo um expoente da era de ouro do rádio baiano nas décadas de 1940 e 1950.
No mundo cinematográfico atuou em alguns filmes, entre eles "A Grande Feira", de Roberto Pires em 1961 e "Pastores da Noite", de Marcel Camus em 1972.
Lançou o primeiro LP, "Sonho de malandro" no ano de 1973 quando ainda trabalhava como office-boy do Banco de Desenvolvimento do Estado da Bahia (Desenbanco) , patrocinado pelo próprio banco. Segundo relatos de testemunhas da época, convidado para cantar 'Cada macaco no seu galho' no programa radiofônico de França Teixeira, por coincidir a entrevista com o horário de seu expediente no banco, pelo telefone, Riachão não só cantou como ainda convidou funcionários e clientes para ajudá-lo no coro.
Riachão teve diversas músicas interpretadas por monstros da MPB como Caetano Veloso , Carlinhos Brown, Tom Zé , Armandinho, Dona Ivone Lara e Cássia Eller.
Um de seus últimos trabalhos foi o disco Humanenochum em 2001, que segundo o mesmo quer dizer "Homem humano que ama a mulher e não a maltrata", dedicado à sua mulher Dalva.
No ano de 2001 o cineasta Jorge Alfredo compila o documentário "Samba Riachão" onde brilhantemente transmite toda a importância, irreverência e identificação deste sambista com o cotidiano cultural baiano.
Entre suas diversas participações, destacam-se a de 2004 no projeto "Brasil de todos os sambas", que constituiu em uma série de shows do Centro Cultural Banco do Brasil reunindo representantes do samba de vários Estados do país e também em 2005 da roda de samba promovida por Gilberto Gil no evento "TIM PercPan 2005".
Sempre portando toalha no pescoço, visual irreverente e sorriso no rosto Riachão é sinônimo vivo da influência baiana no samba de raiz.
Abaixo cenas do Documentário "Samba Riachão" e no link a seguir o disco Humanenochum Isto é Papo de Bamba é só clicar e baixar
(Atenção: Este link encontra-se na Internet através de blogs e não é de responsabilidade dos membros do Projeto 14 Sambas devendo ser deletado de seu micro no período máximo de 24 horas.
Recomendamos que adquiram o cd na intenet através de sites como www.buscape.com.br ou similares preservando os direitos do ator)

domingo, 26 de outubro de 2008

DICA PARA LEITURA: Almanaque do Samba - André Diniz


"Eu sou o samba a voz do morro sou eu mesmo sim senhor..." Zé Keti



É assim que o Almanaque do Samba começa, um ótimo livro para quem tem interesse sobre o mundo do samba, mas ainda não se arriscou.
Em suas 309 páginas Diniz apresenta como em um almanaque fotos e fatos de histórias de sambas e sambistas pecorrendo fatos do samba, bossa nova e o pagode de forma despretenciosa e objetiva. O livro também dá sugestões do que ouvir, ler e curtir nos momentos de folga, vale a pena conferir. por fabio
A venda nas melhores casas do ramo.

Zaza Brasileira





"Confesso me assustei, confesso rezei, confesso não acreditei e chorei mas como eu chorei.." por Fábio



No último dia 19 de outubro fez um ano que Isaíra Aparecida Barbosa a nossa querida Zaza se eternizou.
Figura irreverente, sambista e presença constante nos Projetos 14 Sambas "da vida" ela viverá eternamente no coração de todas as pessoas que encantou e cantou.
Em sua vida Zazá trabalhou como vendedora de cachorro-quente, cozinheira de creche e vendedora autônoma, voltou a estudar e formou-se em técnica em nutrição e dietética, trabalhando na Bioagri até seu falecimento.
A carreira musical foi descoberta numa brincadeira de videokê, começando sua vida artísitica como cantora no grupo “Na Palma da Mão” e depois montando o grupo Zazá & Banda formado pelo seu filho Rafael no violão, Bida na bateria e Cristina Andrade no baixo com um repertório composto por mais de 500 canções
No dia 27 de janeiro de 2008 a Prefeitura de Piracicaba entregou em sua homenagem o Centro Cultural Mário Dedini - Zazá dedicado a atividades sócio culturais.
Também foi lançado no ano de 2008 um DVD intitulado "Zazá Brasileira" de um show realizado em maio de 2007 no Teatro Municipal “Dr. Losso Netto” o qual o destino impossibilitou Zazá de presenciá-lo completo.
Abaixo uma das canções que eternizaram Zaza musicalmente em Piracicaba e em nossos corações, realmente Não deixe o samba morrer, saudades. por Fabio



Não deixe o samba morrer
Composição: Edson/Aloísio

Quando eu não puder pisar
Mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem agüentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar

Eu vou ficar
No meio do povo espiando
Minha escola perdendo ou ganhando
Mais um carnaval

Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final

Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De samba pra gente sambar.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Roda ao vivo do Projeto 14 Sambas



Roda de Samba feita no Penúltimo Projeto no Engenho Central de Piracicaba no ano de 2007


"Se sentir tem de cantar..." por Gustavinho

01-O poder da Criação (Paulo Cesar Pinheiro e João Nogueira) - Interpreta Quati
02-Passado de Glória (Monarco) - Interpreta Deco
03-Passarinho (Chatim) - Interpreta Buziga Deco e Samuel
04-Folhas Secas (Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho) - Interpreta Samuel
05-Minha festa (Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho) - Interpreta Gustavinho e Samuel
06-Dona Carola (Nelson Cavaquinho)- Interpreta Buziga
07-O meu nome já caiu no esquecimento (Paulo da Portela) - Interpreta Leba
08-Seleção de partidos - Interpreta Projeto 14 Sambas
09-Alguém me avisou (D. Ivone Lara) - Partic. espec. Roberto Mahn
10-Volta por cima (Paulo Vanzolini) - Partic. espec. Roberto Mahn
11-Seleção de Partidos - Interpreta Vaguininho e Deco
12-Opinião (Zé Keti)- Interpreta Buziga
13-Mascarada (Elton Medeiros e Zé Keti)- Interpreta Juninho
14-Seleção de sambas - Interpreta Projeto 14 Sambas


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Pipoca e Guaraná - O Jaqueirão do Zeca



Pipoca e guaraná é o espaço onde você clica e assite a curtas sobre a vida, obra ou trabalho de um ilustre sambista ou figura contemporânea. Neste documentário de 2004 com duração de 20 minutos Denise Moraes e Ricardo Bravo, mostram como Zeca Pagodinho escolhe os sambas que grava; onde em animadas rodas realizadas sob um jaqueirão, seus compositores lhe apresentam futuros sucessos como "Deixa a Vida me Levar", "Caviar" e "Vacilão" ou apenas cantam clássicos como "Piano na Mangueira" ao lado do mestre Jamelão, mostrando além de divertidas histórias o respeito que sente por seus parceiros. Clique no link ou na foto para assistir o curta Pega a pipoca e o guaraná

Toniquinho Batuqueiro prata da casa



"Se você quer construir uma casa, coloque um tijolo por ano que no final da vida você terá uma casa pra morar" por Toniquinho Batuqueiro

No dia 20 de novembro Toniquinho Batuqueiro, 79, nascido em nossa querida Piracicaba, se apresentará no Sesc Piracicaba nos brindando em uma tarde especial, temperada a muitos sambas e histórias do samba paulistano. Toniquinho Batuqueiro ainda menino foi morar na rua Apa, nos Campos Elíseos. Orfão de pai e mãe, foi parar em uma região que é um dos berços do samba de sotaque e jeito paulista. Circulou pela Barra Funda, deu seus pulos nas rodas de Tiririca no Largo da Banana e frequentou rodas de samba por todas as "quebradas do mundaréu", como dizia seu parceiro e amigo Plínio Marcos. Hoje, é um dos integrantes, da Embaixada do Samba, organização criada em 1995 para representar e divulgar a história do samba paulistano. Toniquinho disse em entrevista ao Site Uol Música que já em São Paulo, quando sobrava um dinheirinho, seu tio trazia o pessoal de Piracicaba para cantar um cururu na casa dele, rítimo forte e grave típico de nossa cidade. "Eram quatro cantando aqueles versos pesados, destratando o outro, dois contra dois. Quando dava meia-noite, eles iam comer frango, leitão, aquelas coisas, tudo amigo. Dava um tempinho e eles passavam a mão na viola e começava a ´carreira do divino`, aí só podia cantar pro santo. E o cururu comia até de manhã", lembrou Toniquinho. Em São Paulo, na década de 1940, Toniquinho se virava engraxando sapatos na praça da Sé. Mas, mesmo no "veneno", com dificuldade para levantar uns trocados, marcava presença no samba. No meio da rapaziada, tirava som das próprias caixas de engraxates até a polícia chegar e mandar parar tudo. Na São Paulo do tempo do bonde, conforme relatou Toniquinho Batuqueiro, não se podia andar com um tamborim na mão que o sujeito ia preso na hora. E a perseguição aos pobres e negros não se limitava ao porte "ilegal" de tamborim. A polícia não dava refresco. "Em São Paulo, preto de sapato branco, em dia de semana, tava em cana", lembra o embaixador.
No vídeo abaixo Osvaldinho da Cuíca canta e dança a tiririca uma "mistura de capoeira e samba de roda" muito frequentado por Toniquinho Batuqueiro em suas folgas da vida de engraxate ao lado de outros bambas como Geraldo Filme, Synval e Germano Mathias nos tempos idos.


segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O adeus ao compositor Luiz Carlos da Vila


Morreu na manhã desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, Luiz Carlos da Vila. O sambista, 58 anos, estava internado no Hospital do Andaraí desde setembro, quando passou por uma cirurgia de hérnia, e sofreu complicações após a operação.


Luiz Carlos Baptista nasceu no bairro de Ramos, no Rio de Janeiro. Estudou acordeon e violão, e na década de 70 ia aos ensaios do bloco Cacique de Ramos, conhecido por diversos artistas, onde tocava e apresentava seus sambas.

Na mesma década, ele ingressou na ala de compositores da Vila Isabel, época que foi decisiva para incorporar o "da Vila" em seu nome artístico.
Em 1988, ele foi um dos compositores do samba-enredo Kizomba - A Festa da Raça, que deu à escola de samba campeonato no Carnaval. (Vídeo cantado logo acima)
O ano de 1988 ainda marcou o compositor pela conquista do Prêmio Sharp pela música Além da Razão, interpretada por Beth Carvalho e composta em parceria com Sombra e Sombrinha Ao lado de Arlindo Cruz e Sombrinha gravou o sucesso O Show tem que Continuar. Outras músicas conhecidas de Luiz Carlos são O Sonho Não Acabou feita com Candeia, Nas Veias do Brasil e Herança.
O compositor tem músicas gravadas por vários artistas, entre eles Alcione, Jair Rodrigues, Simone, Fundo de Quintal, Jorge Aragão e Zeca Pagodinho.

Por Redação Terra

Terreiro de sambas e poesias...

O projeto 14 Sambas também é reduto de muitos compositores
Abaixo um poema de um dos participantes de nosso Projeto "legitimamente roubado" de seu blog rs.

Passagem

Viajo numa maré calma

onde a alma me sopra mar adentro.

Da música faço meu alento,

da solidão fiz companheira,

da tristeza meu contento

e vivo meu tempo sem tempo

sem chão,

sem dor,

nem fronteira.

Só me movo por dentro.

O resto é puro sofrimento

e a flor do momento

perde as folhas ao vento,

na beira as pétalas secam.

Pecam quando pisam sobre sua poeira

e tudo se torna besteira

sem mato,

sem cor,

nem costeira.

O tempo não perde seu tempo

se a vida não for passageira.

por Saulo "La" http://fazedordepensamentos.blogspot.com/

sábado, 18 de outubro de 2008

Papo de Bamba - 1º Edição - Carlos Cachaça



Uma vez por mês o Projeto 14 Sambas publicará aqui informações sobre ilustres sambistas mostrando um pouco de sua obra, vida e luta em prol do Samba e do cotidiano brasileiro, em nossa primeira edição do Papo de Bamba falaremos sobre Carlos Cachaça:

"Cachaça" foi Filho de funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil, nasceu no morro da Mangueira, em uma das casas que a companhia alugava para seus funcionários. Seu pai, Carlos, abandonou a família. D. Inês, sua mãe, vendo-se em dificuldade para criar seus seis filhos menores, o entregou ao padrinho, o portuguêsTomás Martins, dono de vários barracos no morro da Mangueira. Logo, o menino passou a fazer cobranças, lidar com recibos e anotações dos aluguéis, substituindo o padrinho analfabeto.
Aos16 anos, atuava como pandeirista no conjunto de Mano Elói (Elói Antero Dias).
O pseudônimo "Cachaça" surgiu em uma das reuniões na casa do tenente Couto (do Corpo de Bombeiro), na qual estavam presentes três Carlos. Para diferenciá-lo, o anfitrião sugeriu "Cachaça", bebida preferida do compositor, na época com 17 anos.
Em 1922, conheceu Cartola, com quem mais tarde comporia diversos clássicos.
Fundou, em 1925, juntamente com Cartola, Marcelino José Claudino, Francisco Ribeiro e Saturnino Gonçalves, o Bloco dos Arengueiros, que mais tarde deu origem à Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, da qual também foi um dos fundadores, participando de todas as reuniões preliminares sem, contudo, comparecer à reunião de fundação por estar de serviço.
No ano de 1926, entrou para Estrada de Ferro Central do Brasil, galgando vários cargos, permanecendo até o ano de 1965, quando se aposentou como oficial de administração. Com sua primeira mulher, Maria Aída da Silva, teve três filhos: Luco, José Carlos e Marinês.
Casou-se com Menininha (Clotilde da Silva, falecida em 1983), irmã de Dona Zica, com a qual viveu durante 45 anos.
Foi presidente de honra da Mangueira e da Academia Brasileira da Cachaça, da qual constam apenas 40 membros acadêmicos.
Em 1998, antes de falecer, fez seu último desfile pela Mangueira. Já debilitado em uma cadeira de rodas, presenciou a escola sagrar-se campeã com o enredo "Chico Buarque da Mangueira", desfilando ao lado do homenageado, que o beijou repetidas vezes.
Co-autor do livro "Fala, Mangueira", com Marília T. Barboza da Silva e Arthur L. Oliveira Filho em 1980, lançado pela Editora José Olympio. Autor de "Alvorada", livro de poemas e letras, publicado pela Funarte em 1989, organizado por Marília Trindade Barboza. (Textos retirados do dicionário Cravo Alvim)
Logo abaixo um vídeo documentário com Carlos Cachaça e um disco gravado em (1976) pela Continental: Clique aqui: ISTO É PAPO DE BAMBA
(Atenção: Este l:ink encontra-se na Internet através de blogs e não é de responsabilidade dos membros do Projeto 14 Sambas devendo ser deletado de seu micro no período máximo de 24 horas.
Recomendamos que adquiram o cd na intenet através de sites como www.buscape.com.br ou similares)


Samba no bar do Dani

Nossa amizade é regada a boas discuções, cerveja e claro um bom samba.
Estas são as formulas que fazem nosso respeito mútuo reviver.

Ultimo Projeto de 2008 - 09 de Novembro


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Roda de Samba do Projeto 14 Sambas no Engenho Central de Piracicaba/SP - Setembro 2007

O que é o Projeto 14 Sambas?

O Projeto 14 sambas surgiu no dia 22 de maio de 2005 e tem como principal objetivo resgatar sambas de grandes nomes e compositores que marcaram a história do samba. Os 14 sambas selecionados são executados numa formação em roda, onde 14 músicas delimitam o tempo de duração da homenagem prestada.

O Projeto abrange ainda outros eventos como forma de manifestação cultural, além da tradicional Roda de Samba Quilombola. O Choro e a Capoeira, expressão popular que foi desenvolvida por escravos no Brasil, são presenças constantes no Projeto 14 Sambas Quilombola. Além da apresentação de vídeos documentais e musicais relacionados ao tema do Projeto e folhetos informativos, que consagram outra finalidade do Projeto que é a educação social através da arte, enquanto arte.

escrito por: Saulo Ligo


Um pouco de tudo voce encontrará aqui



No nosso blog você encontrará: SAMBA, PAGODE, MP3, INFORMAÇÃO, CULTURA, DOWNLOADS, MUSICA, MARCHINHAS, UMA RÁDIO ON LINE, DISCOS PARA BAIXAR, LIVROS. ALÉM DE MUITA INFORMAÇÃO MUSICAL E DA VIDA DE ILUSTRES SAMBISTAS COMO CARTOLA, NELSON SARGENTO, NELSON CAVAQUINHO, MONARCO, VELHA GUARDA MANGUEIRA, VELHA GUARDA PORTELA. A HISTÓRIA DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO E MUITO MAIS. SEJA BEM VINDO AO NOSSO PROJETO 14 SAMBAS.