quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Toniquinho Batuqueiro prata da casa



"Se você quer construir uma casa, coloque um tijolo por ano que no final da vida você terá uma casa pra morar" por Toniquinho Batuqueiro

No dia 20 de novembro Toniquinho Batuqueiro, 79, nascido em nossa querida Piracicaba, se apresentará no Sesc Piracicaba nos brindando em uma tarde especial, temperada a muitos sambas e histórias do samba paulistano. Toniquinho Batuqueiro ainda menino foi morar na rua Apa, nos Campos Elíseos. Orfão de pai e mãe, foi parar em uma região que é um dos berços do samba de sotaque e jeito paulista. Circulou pela Barra Funda, deu seus pulos nas rodas de Tiririca no Largo da Banana e frequentou rodas de samba por todas as "quebradas do mundaréu", como dizia seu parceiro e amigo Plínio Marcos. Hoje, é um dos integrantes, da Embaixada do Samba, organização criada em 1995 para representar e divulgar a história do samba paulistano. Toniquinho disse em entrevista ao Site Uol Música que já em São Paulo, quando sobrava um dinheirinho, seu tio trazia o pessoal de Piracicaba para cantar um cururu na casa dele, rítimo forte e grave típico de nossa cidade. "Eram quatro cantando aqueles versos pesados, destratando o outro, dois contra dois. Quando dava meia-noite, eles iam comer frango, leitão, aquelas coisas, tudo amigo. Dava um tempinho e eles passavam a mão na viola e começava a ´carreira do divino`, aí só podia cantar pro santo. E o cururu comia até de manhã", lembrou Toniquinho. Em São Paulo, na década de 1940, Toniquinho se virava engraxando sapatos na praça da Sé. Mas, mesmo no "veneno", com dificuldade para levantar uns trocados, marcava presença no samba. No meio da rapaziada, tirava som das próprias caixas de engraxates até a polícia chegar e mandar parar tudo. Na São Paulo do tempo do bonde, conforme relatou Toniquinho Batuqueiro, não se podia andar com um tamborim na mão que o sujeito ia preso na hora. E a perseguição aos pobres e negros não se limitava ao porte "ilegal" de tamborim. A polícia não dava refresco. "Em São Paulo, preto de sapato branco, em dia de semana, tava em cana", lembra o embaixador.
No vídeo abaixo Osvaldinho da Cuíca canta e dança a tiririca uma "mistura de capoeira e samba de roda" muito frequentado por Toniquinho Batuqueiro em suas folgas da vida de engraxate ao lado de outros bambas como Geraldo Filme, Synval e Germano Mathias nos tempos idos.


Um comentário:

Anônimo disse...

É uma brincadeira de criança , saber que grupos de pagode (mela a cueca) - sem conteúdo nenhum gravam cds de monte e dvds tb. E vemos Toniquinho Batuqueiro mais um importantíssimo personagem do verdadeiro samba gravar seu primeiro cd aos 80 anos. Mais como dizem os grandes filósofos : O que demora mais sempre é melhor .... nesse caso a não ser perfeito.
É com muito orgulho e satisfação que vi os shows no sesc santana e fiquei muito emocionado ao ver que o nosso verdadeiro som nunca vai acabar .. aos trancos e barrancos sempre vai estar la...
E como dizia o incansável Mário Lago "O samba é minha mulher amada eterno livro de cabeçeira".