sábado, 28 de fevereiro de 2009

Carnaval e suas variações do mesmo tema - Parte IV - "Irreverência e Alegria"



E para encerrar estas "variações do mesmo tema do carnaval" vamos falar agora de Renato Luiz. F. Conceição, o Renato Sorriso que desde 1997 contagia o Sambódramo da Sapucaí esbanjando irreverência e alegria. Força interior, política, amor, garra, valentia com certeza são fatores fortes no carnaval brasileiro e também na vida dos indivíduos, mas isto ainda seria pouco se não injetássemos ao conjunto um pouco de irreverência e alegria. Renato Sorriso é um exemplo vivo deste processo, pois o que começou com ginga, carisma e alegria processo que ocorria toda vez que este gari, passava limpando a Sapucaí após o desfile das escolas de samba, hoje o levou ao status celebridade, participando de novelas, especiais, DVDS e palestras motivacionais sobre filosofia de vida, Sorriso tem em seu currículo shows na Europa ao lado de Elza Soares, Jair Rodrigues e Alaíde Costa, participando também da novela “America”, de Gloria Perez, e atuando em comerciais ao lado de Gisele Bündchen e, mais recentemente Zeca Pagodinho. Quando o assunto entra no quesito bom humor e otimismo Renato é unanimidade. Sobre a profissão, instalado em seu escritório em um banco da Praça Xavier de Brito no Rio de Janeiro mesmo gozando de todo sucesso e fama que hoje possui, ele diz que não vai abandonar a vassoura, ferramenta que também lhe ajudou na vida, tendo como planos escrever um livro sobre sua experiência de vida : “Quero escrever sobre a minha vontade de crescer, de viver”, diz. “Estou galgando”, observa, referindo-se também à sua formação escolar que em 2009, vai cursar o terceiro ano do ensino médio. Renato Sorriso ainda afirma “Acho bacana o que eu faço. Acho bonito ser responsável por uma área, por uma rua. Os moradores confiam em mim, me valorizam muito”, diz. “Só peço uma coisa: se um dia eu errar, não venha me dar uma bronca, venha me explicar como é o certo. Porque eu faço com coração”. Realmente o extraordinário está no caminho de fatos aparentemente comuns ou será que seriam mesmo incomuns diante da nossa imediatês diária? Salve o samba e toda sua magia. Abaixo vídeos sobre as façanhas deste valoroso sambista. por Fábio

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carnaval e suas variações do mesmo tema - Parte III - "Amor, garra e valentia"



Jorge Costa de Oliveira, o mestre Taranta, comandou a bateria da Verde e Rosa no ano de 1984 a 1995, sendo o responsável pelo único estandarte de ouro da bateria ganho até hoje. No ano de 2007 com a renúncia de mestre Gato, Taranta assumiu as pressas o comando da bateria e já ao tomar posse foi dizendo que seu "maior objetivo era trazer de volta a batida tradicional da Mangueira". Conforme os que o conhecem, mestre Taranta pertence a uma geração que comanda os ritimistas sem dar "dor de cabeça a diretoria". Em dezembro Taranta ficou três meses internado e, como sofre de diabetes teve de amputar todos os dedos de seu pé direito. Mas quando todos pensaram que ele não voltaria mais a comandar a bateria da escola no sambódramo, o mestre se recuperou e mesmo sem poder andar garantiu que comandaria o desfile da escola na Marquês de Sapucaí, fato que realmente ocorreu: "No momento preciso descansar para me sentir bem no dia do desfile. Quero estar junto com a Mangueira no carnaval. Não vou ficar de fora. Como não posso andar, talvez venha em cima de um carro pequeno, tipo um tripé de meio metro de altura, para ver os ritmistas e comandá-los" - disse Taranta. No dia do desfile auxiliado por mestre Marrom e demais apoiadores, Taranta empolgou a Mangueira em um exemplo vivo de amor, dedicação e garra pela escola que tanto vive, conforme veremos no vídeo abaixo. por Fábio

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Carnaval e suas "variações" do mesmo tema - Parte II - "A força interior e política"




No último domingo Luís Antonio Feliciano Marcondes (Neguinho da Beija Flor) e Elaine Reis fizeram seus votos em plena Sapucaí, 10 minutos antes do desfile da escola que ele defende a 34 anos sair para desfilar. Vítimado por um câncer no intestino Neguinho além de celebrar a aliança conjugal também celebrou a vida de duas formas. Uma em função da doença que o faz buscar superaração todos os dias e a outra de tamanha valia relativa ao nascimento de sua filha de 5 meses. Através deste gesto, Neguinho além de comprovar sua importância no mundo do samba, também mostrou a influência do samba no campo político. Afinal em seu casamento estavam presentes várias autoridades,um juiz de paz e ninguém menos que o presidente Lula junto com a primeira dama, que mesmo não participando diretamente da cerimonia apadrinhou o casal. Guardadas as devidas proporções, o casamento de Neguinho da Beija Flor me fez lembrar das festas na casa de tia Ciata (clique neste link para saber mais sobre tia ciata), onde vários políticos e autoridades além de pedir bençãos a mãe de santo bahiana, discutiam, se aconselhavam e faziam política na até então capital brasileira, local de maior influência política da época. Conforme Neguinho da Beija Flor declarou antes do desfile “Essa é a noite mais importante da minha vida. A gente esta vindo de uma cura, esta dando tudo certo”. Após o casamento o intérprete foi defender o samba enredo da Beija Flor, e ao final do desfile era só emoção na dispersão da escola. Com os olhos cheios d'água declarou: "Graças às rezas de vocês, estou aqui. Tenho muito apoio do povo em geral, pelos meus 34 anos de Sapucaí. Pedi a Deus que me desse força para atravessar bem a Avenida. Tive que pegar muito fôlego para não comprometer a escola. Mas independente do resultado na apuração, já estou me sentindo um verdadeiro campeão na vida por terminar este desfile, que é o mais importante da minha vida". É Neguinho com certeza seu nome já entrou para história, e embora seu casamento não tenha tido a tradicional chuva de arroz, com certeza os 4000 componentes que cantavam o samba enredo da Beija Flor de Nilópolis movidos à sua empolgação lhe desejaram muita sorte. Abaixo vídeo do casamento de Neguinho da Beija Flor na Marquês de Sapucaí.por Fabio

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Carnaval e suas "variações" do mesmo tema - Parte I



Antes de assistir aos desfiles, estava com uma idéia de postar algo totalmente diferente ao que escreverei neste e nos posts que virão com relação ao carnaval no sambódramo da Sapucaí. Porém três fatos me deixaram reflexivo, sobre como uma visão do macro pode interferir e diminuir a percepção sobre a real mágia que envolve os desfiles carnavalescos, magia esta que envolve nossas próprias vidas mas a rotina impede que a percebamos. Dentro da Sapucaí Neguinho da Beija Flor casavasse , mestre Taranta com os dedos dos pés amputados comandava a bateria da escola Mangueira e o gari Renato Sorriso, encantavam e acolhiam vários telespectadores. Durante alguns minutos estes atos sucumbiram a ditadura da visibilidade, do luxo e da auto promoção, elementos tão presentes em nossos desfiles, comprovando que elementos aparentemente simples podem se tornar extraordinários se a enxergarmos com os olhos da magia do samba . É sobre estes fatos descritos acima que irei comentar nos posts que virão, porém antes quero compartilhar uma música composta pelo sambista bahiano Batatinha, sobre a emoção que o envolvia nos dias de carnaval, emoção esta que se confunde muito com os momentos acima, com vocês a letra Direito de Sambar interpretada aqui pela cantora Adriana Moreira.


Direito de sambar
É proibído sonhar
Então me deixe o direito de sambar
É proibído sonhar
Então me deixe o direito de sambar
O destino não quer mais nada comigo
É meu nobre inimigo
E castiga de mansinho
Para ele não dou bola
Se não saio na escola,Sambo ao lado sozinho
É proibído sonhar
Então me deixe o direito de sambar
Já faz dois anos que eu não saio na escola
A saudade me devora
Quando vejo a turma passar
E eu mascarado, sambando na avenida
Imitando uma vida que só eu posso enfrentar
Tudo é carnaval
Pra quem vive bem
Pra quem vive mal
Tudo é carnaval
Pra quem vive bem
Pra quem vive mal

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O importante trabalho do Instituto Moreira Salles - Livro Roda de Samba de 1933 para você baixar aqui.




O Instituto Moreira Salles está fazendo o importante papel de revitalização de importantes obras ligadas a música e a cultura popular. Registros históricos de obras que traduzem de perto o que foi este processo e sua importância dentro do cenário cultural brasileiro. Estaremos disponibilizando aqui em arquivos PDF tais obras através do próprio link do próprio Instituto. A primeira obra que postaremos aqui será o livro "Roda de Samba de Francisco Guimarães (Vagalume) do ano de 1933" onde o autor destaca o processo de transformação do samba , e as mudanças causadas através da indústria cultural dentro da visão crítica e particular do autor. Guimarães destaca nas 315 páginas as raízes contemporâneas que fizeram surgir o ritmo, fatos e contos inerentes a tais transformações, uma ótima leitura para quem quer entender e se aprofundar mais nos mistérios deste ritimo. Para baixar o livro é so clicar no link rosa ao lado Roda de Samba de Francisco Guimarães (Vagalume) do ano de 1933. por Crâ

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Programa Ensaio 25/02 -Xangô da Mangueira (TV Cultura às 22:15)


O programa, apresentado por Fernando Faro, faz uma homenagem ao compositor e puxador de samba-enredo Xangô da Mangueira, que faleceu no dia 6 de janeiro, aos 85 anos. No Ensaio, Xangô fala a respeito da função de diretor de harmonia na escola de samba Estação Primeira de Mangueira e sobre Cartola, que considerava um dos melhores compositores da época. Xangô lembra ainda dos seus grandes parceiros, como Argemiro do Candomblé e Padeirinho, e de amigos, incluindo Clementina de Jesus.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Um pouco mais sobre Delcio Carvalho


Até a dia do Projeto estarei publicando notícias feitas por diversos meios de comunicação ao nosso homenageado de maio, estas duas reportagens sairam no Jornal o Globo (Coluna Música Popular) Para lê-las é só clicar nas paginas do jornal.








*Matéria retirada do site www.delciocarvalho.com.br

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Este é o conjunto Nosso Samba - 1978

Fomado na década de 70 o Conjunto Nosso Samba se caracterizou pelos sambas autênticos e a levada de sambas enredos tocados com mas cadência. Formado por Genaro, Barbosa, Stênio, Nô, Gordinho e Carlinhos do Cavaco, o Nosso Samba atuou com Martinho a Vila e Clara Nunes. Basicamente o conjunto Nosso Samba foi formado exclusivamente por gente do morro e neste período jamais fugiu de suas origens, emplacando inúmeros sucessos e reconhecimento no mundo do samba. Neste album encontra-se o que há de mais puro e autêntico no samba de chão de morro brasileiro, como ficou bem sitado na contra capa do disco, afinal o time de compositores é de primeira. Confere aí, ISTO É PAPO DE BAMBA
Lado A:
1. Pra Minha Iaiá (Luis Carlos)
2. Deixa Essa Mulher (Jorge Porém)
3. Derradeira Melodia (Delcio Carvalho-Dona Ivone Lara)
4. Soflúria (Sidney da Conceição-Baianinho)
5. Dor da Falsidade (Geraldo Babão)
6. Vida das Rosas (Dilmo-Mozart-Moacir)
Lado B:
1. Não Há Razão (Bira Quininho)
2. Vem Amor (Luis Grande-Dedé da Portela)
3. Só Deus (Jorginho-Walter Rosa)
4. A Porta do Peito (Dedé da Portela-Dida)
5. A Mesma Dor (Everaldo Cruz-Toninho Nascimento)
6. O Que Será-G.R.E.S.União da Ilha do Governador (Didi-Aroldo Melodia)
Atenção: Este link encontra-se na Internet através de blogs e não é de responsabilidade dos membros do Projeto 14 Sambas devendo ser deletado de seu micro no período máximo de 24 horas.Recomendamos que adquiram o cd na intenet através de sites como http://www.buscape.com.br/ ou similares preservando os direitos do ator)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O patriarca do carnaval brasileiro


O costume de se brincar o carnaval no Brasil foi introduzido pelos portugueses, onde estudos datam seu princípio provavelmente no século XVI. Tal manifestação popular recebeu o nome de Entrudo. Quando práticado no Brasil este folguedo alegre tinha também caráter violento. Este patriarca dos carnavais atuais, a exemplo da sociedade a qual estava inserido, se dividia de acordo com as classes sociais. Havia o "Entrudo Familiar" que acontecia dentro das casas e dos principais centros urbanos, possuindo características mais delicadas no que se refere a convívio entre os praticantes. Neste Entrudo familiar ocorriam guerras de limões de cheiro, onde os nobres jovens jogavam limões entre si, com o intuíto de estabelecer laços afetivos e sociais através deste ritual. Já o Entrudo Popular, como o próprio nome diz, tinha caráter popular, porém violento e grosseiro, e se dava nas ruas da cidade. Os principais praticantes deste evento eram escravos e a população das ruas, e ao contrário da nobreza, atiravam tudo o que tinham a mão como forma de diversão, o que por consequência gerava muitos conflitos, sendo presente intervenções das autoridades. No dicionário português entrudo ou "intrudo" deriva-se do latim introitu – "entrada ou princípio". O dicionário descrevia o festival como algo em que, como bacantes, as pessoas brincam, festejam, dançam e fazem travessuras dentro das casas, enquanto realizam toda espécie de brincadeiras, molhando e empoeirando umas às outras. A partir do ano de 1830, uma série de proibições se sucedem na tentativa, sempre infrutífera, de acabar com a festa em função da grosseira. Combatido como jogo selvagem, o entrudo prevaleceu até aparecerem elementos de brincar menos agressivos, como o confete, a serpentina e o lança-perfume. Daí em diante, através dos tempos, o carnaval foi inovando. Em 1840 realizou-se o primeiro baile. Em 1846 surgiu o Zé Pereira, grupo dos foliões de rua com bombos e tambores. Vieram depois os cordões, as sociedades carnavalescas, blocos, ranchos até chegarmos no que hoje definine-se como carnaval moderno, onde apesar da "evolução" a separação entre as classes sociais dos praticantes ainda continua muito presente. por Fábio
Fontes: História do Samba - Editora Globo; EWBANK, Thomas. A vida no Brasil; ou Diário de uma visita à terra do cacaueiro e das palmeiras. Belo Horizonte / São Paulo, Editora Itatiaia / Editora da Universidade de São Paulo, 1976. Reconquista do Brasil, 26 / Site wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Entrudo

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Simplesmente um Toque de Arte...





Em 1996, Marcelo Eloi (direção musical, voz e percussão), Marcio Costa (voz, cavaco e percussão), Marcelo China (voz e violão) e Fernando Regis (voz, cavaco e percussão) com um "Toque de Arte" surgiram no cenário musical com um trabalho de muita qualidade. Caracterizado pelos vocais o grupo dá uma nova roupagem à sambas famosos. Em um misto de gingado, vocais e descontração em seus shows a interação é total.Porém uma definição mais clara é esta dada por Marcelo um dos s componentes: “O nosso alicerce está na vocalização, que aliada ao incremento da batucada, ao samba no pé e também ao instrumental, sela o nosso diferencial”. Como todos são multi-instrumentistas, O Toque de Arte apresentam-se tanto em formação de quarteto (apenas o grupo) quanto em formação de banda (agregando outros músicos), dependendo do perfil e da dimensão da apresentação. Em nossa rádio você encontrará o disco "Samba e Voz" um disco único, uma verdadeira "opereta sambística" com muita versatilidade. por CRâ

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

As forças que vem da adversidade

Na foto Neguinho da Beija Flor

É nos momentos de adversidade que devemos buscar forças para suplantar dificuldades e continuar com o verdadeiro sentido da vida. Cometido subtamente por um câncer no estômago Neguinho da Beija Flor continua sua batalha pela vida, superando e se encontrando dia após dia, em um exemplo vivo de como a vida tem de ser. Em matéria ao Jornal Extra do Rio de Janeiro, Neguinho conta sobre as forças que anda encontrando para lutar contra a doença, e também do apoio recebido pelo rei Roberto Carlos. Segue a matéria: Se faltava um empurrãozinho para que Neguinho da Beija-Flor reencontrasse as forças de que tanto necessitava para defender na Avenida o samba-enredo de sua escola, ele veio de um dos monstros-sagrados da MPB: Roberto Carlos. Ontem, enquanto se encontrava em casa para o último ensaio da azul-e-branco de Nilópolis, o puxador, que está com câncer no intestino, revelou que o apoio do Rei foi decisivo para que chegasse a uma semana do carnaval em condições de cantar. Não é à toa que ele é chamado de Rei. Eu estava mal, pra baixo, desanimado. Aí veio o convite dele para participar do especial de fim de ano. Aquilo recuperou a minha autoestima. Além do apoio de Roberto Carlos, Neguinho da Beija-Flor fez questão de lembrar outros dois episódios que o ajudaram: o nascimento da filha Luiza Flor Morena, em setembro, e o fato de ter conseguido gravar o CD do Grupo Especial. Até dias antes da gravação, a participação do intérprete não era certa. Essa doença foi algo de muito ruim que aconteceu na minha vida. Mas, depois disso, só aconteceram coisas boas. E tudo isso me botou para cima. E, num tratamento complicado como o meu (quimioterapia), estar de alto-astral é fundamental. Ontem, a uma semana do desfile em que a Beija-Flor buscará o terceiro tricampeonato de sua história, Neguinho recebeu o jornal EXTRA em sua casa, antes de seguir para a Sapucaí. O intérprete, que confessou a sua ansiedade com a proximidade do carnaval, disse que às seis da manhã, já estava de pé. Mas, atendendo às recomendações médicas, não saiu de casa durante a manhã e boa parte da tarde. Força Neguinho, e que seu exemplo seja contagie muitos outros que também buscam a alegria. por Fábio

Outros Projetos - Samba na feira





O Samba na feira se dá desde agosto de 2007, ocorrendo todo domingo na Vila Santa Maria (Bairro do Limão). O Samba na Feira apresenta sambas inéditos de compositores do Projeto e também de sambistas que não são da Vila Maria. Seus fundadores são Tito, Paulo Sérgio, Ley e Xande tendo como presidente de honra o tão conhecido sambista paulista Murilão. A roda de samba é composta por músicos do grupo Pé No Chão e alguns integrantes são da Ala dos Compositores da Camisa Verde e Branco. O projeto ainda conta com as ilustres presenças da velha guarda da Camisa e do próprio Murilão. Além das composições inéditas os membros do projeto também resgatam antigos sambas em um ambiente totalmente inusitado conforme poderemos ver no vídeo abaixo

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Monobloco - Programa ensaio - Nesta quarta 18/02 na TV Cultura as 22:15




O apresentador Fernando Faro recebe o grupo Monobloco. Pedro Luís, um dos líderes da banda, fala sobre a revitalização do Carnaval de rua do Rio de Janeiro, que ganhou força graças ao trabalho do grupo. Influenciados por Jorge Ben Jor, Tim Maia e Steve Wonder, o Monobloco mistura várias vertentes em seu trabalho percussivo. O elenco da banda é variável e composto por mais de 20 pessoas, que vão se revezando nas apresentações. Nesta edição do Ensaio, 14 músicos se reúnem no palco.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Briga por milhões para desfile abre crise no mundo do samba


O Presidente da Viradouro, Marquinhos Lira (Esq.) e Moisés travam batalha em função de um dossiê anonimo elaborado para busca de patrocínio.
O carnaval mal começou e já começam as "batalhas" entre as escolas de samba.


Presidentes de escolas acusam Vila Isabel de ter elaborado dossiê para prejudicar busca por patrocínios

Aloy Jupiara, Chico Otavio, Clarissa Monteagudo e Isabel Boechat

RIO - Há uma cisão profunda, quase guerra aberta, entre os presidentes da Viradouro, Marco Antonio Lira de Almeida, o Marquinhos Lira, e da Vila Isabel, Wilson Vieira Alves, o Moisés. Esse conflito, a uma semana do carnaval, expõe divergências entre presidentes das grandes escolas. Como pano de fundo, está um dossiê anônimo endereçado à Petrobras, contendo denúncias contra dirigentes de escolas, com a suposta intenção de sabotar o patrocínio da estatal às agremiações do Grupo Especial. O conteúdo da denúncia foi tema de uma das mais tensas reuniões plenárias da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) em 2008, na qual pelo menos dois representantes apontaram a Unidos de Vila Isabel como origem das acusações.
No último carnaval, a Petrobras injetou R$ 12 milhões no desfile do Grupo Especial, divididos igualmente entre as escolas. Mas para este carnaval não veio dinheiro nenhum. Embora o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, afirme que o patrocínio foi sustado por conta da crise econômica mundial, alguns presidentes estão convencidos de que o dossiê teve influência na decisão da Petrobras.
Castanheira confirmou a reunião que discutiu o dossiê. Segundo ele, o presidente da Portela, Nilo Figueiredo, e o representante da Viradouro, Paulo Roberto Mendonça, o Bambamban, disseram que a denúncia tinha saído da Vila Isabel e questionaram publicamente Moisés. Castanheira conta que Moisés reagiu dizendo: "Estão querendo botar tudo na minha conta", reclamando, em seguida, que no carnaval anterior sofrera a acusação de tentativa de influência de um dos jurados. Moisés nega ter sido questionado na plenária sobre a carta ou que a Vila tenha sido a responsável por sua divulgação.
Mas presidentes de escolas detalham a briga e apontam a carta como motivo da falta de patrocínios em 2009:
- O Moisés praticamente se entregou dizendo que um gerente da Petrobras é seu amigo, fica hospedado na sua casa de praia, mas que não teve intenção de prejudicar ninguém...
A carta com acusações de irregularidades em várias escolas rodou a presidência de várias empresas e praticamente inviabilizou o patrocínio do carnaval de muitas escolas. Apenas a Grande Rio, a Beija-Flor e a Vila Isabel não eram citadas - disse um presidente, que estava na reunião.

*Retirado do Jornal Extra do Rio de Janeiro JORNAL EXTRA

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Quem samba fica? Fica!!! 1974




Dando continuidade a esta brilhante coletânea, "Quem samba fica" a contra capa exposta aqui já explica tudo; Wilson Moreira mandando um samba em um botequim em Padre Miguel, Sidney da Conceição fazendo um samba na "birosquinha" de seu João Balbino mandando brasas com a galera do Estácio, Flávio Moreira e Dona Ivone Lara tocando no Castelo Branco, clube de homens na época localizado na Serrinha, Neste clube masculino Dona Ivone era ilma exceção feminina, por que será? E por último porém sempre primeiro Casquinha no botequim do Nozinho, estrada da Portela junto com Candeia e outros bambas. Novamente surge a pergunta: Quem samba fica? FICA. Se liga sambista Isto é Papo de Bamba. por Crâ

01 - Tiê (Yvonne Lara-Helio Fuleiro) IVONE LARA
02 - O sonho do escurinho (Casquinha) CASQUINHA
03 - Construção de barracão (Sidney da Conceição) SIDNEY DA CONCEIÇÃO
04 - O cansaço da cabrocha (Flavio Moreira) FLAVIO MOREIRA
05 - Meu apelo (Wilson Moreira) WILSON MOREIRA
06 - Mel e mamão com açucar (Wilson Moreira) WILSON MOREIRA
07 - Outro recado (Casquinha) CASQUINHA
08 - Nanae, nana naiana (Sidney da Conceição) SIDNEY DA CONCEIÇÃO
09 - Samba e madrugada (Flavio Moreira) FLAVIO MOREIRA
10 - Agradeço a Deus (Yvonne Lara-Mano Décio) IVONE LARA,

Atenção: Este link encontra-se na Internet através de blogs e não é de responsabilidade dos membros do Projeto 14 Sambas devendo ser deletado de seu micro no período máximo de 24 horas.Recomendamos que adquiram o cd na intenet através de sites como
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Pipoca e Guaraná - Tia Eulália fundadora da Império Serrano


"Não conheco samba no alto, só conheço samba no pé" por Tia Eulália


Pipoca e Guaraná é o espaço onde você assiste a curtas sobre a vida de sambistas e figuras ilustres que trabalharam e criaram importantes mudanças em nosso cotidiano, pessoas simples como eu e você que ao acreditarem em si mesmas constroem mudanças importantes, grandes ou pequenas, nos meios aos quais estão inseridos. Neste documentário um pouco da vida de tia Eulália uma das fundadoras da escola Império Serrano. Na casa de Tia Eulália e Seu Nascimento na rua Balaiada, no alto do morro, em 1947 foi fundada a Império Serrano. Tia Eulália é portadora da carteirinha no.1 da escola que defende com todo o fervor. Nos ensaios até tarde da madrugada e no desfile da escola ela estava sempre inspecionando tudo com muito rigor. Jongueira, conheceu a dança quando casou com o Seu Nascimento, mas seu maior interesse sempre foi o samba e a escola Império Serrano, no documentario veremos um pouco desta mulher e de seu papel junto a sua comunidade e o samba da Império Serrano que se destaca no carnval pela gestão democrática implantada desde a fundação da escola. Pega a pipoca e o guaraná.por Fábio

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Bloco Quilombola já tem seu Rei e Rainha...

Foto Barata e Esquimó

"Nem ideologia, nem critica e nem só folia; quando pessoas surpresas perguntarem o que é nosso bloco? Grite logo, ele é pura alegria!!" por Crâ

Há 4 anos Seu Zaqueu (Zaca) e dona Roseli na casa de nosso "presidente" Pablito acolhem com carinho e alegria os hoje quase 160 foliões participantes do bloco Quilombola na banda da Sapucaia. O bloco acontece graças ao fruto de muita competência e espírito coletivo, dos aproximadamente 70 colaboradores que o rodeiam. Abaixo fotos de "Zaca" e dona Roseli em sua casa sendo coroados pela rapaziada. "Saí, saí da frente, sai que o Quilombola é chapa quente....E que venha a Sapucaia". por Crâ

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Quem samba fica.... 1971





Por volta de 1968 um certo João de sobrenome Nogueira, conheceu Paulo César Valdez que o levou a presença de sua mãe que não era nínguem menos que Elizeth Cardoso. Encantada ela gravou um dos sucessos de João Nogueira a Música "Corrente de Aço". em seu LP Falou e disse de 1969. Bem aceito pela crítica João em 1969 animado, recebendo o convite do locutor e descobridor de talentos Adelson Alves gravou este primeiro registro fonográfico que o despontaria para todo o país. Conforme comentários de Adelson "É mais um João que veio diferente no cantar samba e fazer verso. É mais uma reza forte nas quebradas, meu compadre" . O primeiro disco solo de João Nogueira só veio ser feito no ano de 1972 pela Odeon. E não para por aí olha o time desta coletânia Maninho, Aniceto do Império, Mário Pereira, Haroldo Melodia, Edalmo da Mocidade, Roberto Ribeiro, Nandinho da Ilha. Conforme Adelzon afirma na contra copa "Nesse disco estão presentes autores e interpretes da nova geração do samba autêntico, e também as esperanças de sobrar pelo mérito" . Isto é Papo de Bamba
LADO 1:
1. Mulher Valente É Minha Mãe (João Nogueira) Intérprete: João Nogueira
2. Batuquegê Prá Rosalina (Baianinho) Intérprete: Baianinho
3. Vem Raiando o Dia (Delcio Carvalho) Intérprete: Roberto Ribeiro
4. Dora (Aniceto do Império) Intérprete: Aniceto do Império
5. Samba do Beco (Adhemar de A. Vinhaes / Jacaré) - Samba da Gafieira (Adhemar de A. Vinhaes / Jacaré) Intérprete: Haroldo Melodia
6. Caminhante Solitário (Wilmar Costa) Intérprete(s): Nadinho da Ilha
LADO 2:
7. Lapa (Waldir 59 / Ari Guarda) Intérprete: Nadinho da Ilha
8. O Homem de Um Braço Só (João Nogueira) Intérprete: João Nogueira
9. Eu Avenida e Você (Jovenil Santos / Paulo Debétio) Intérprete: Roberto Ribeiro
10. Amélia Negra (Clóvis Scarpino / Wilson Moreira) Intérprete: Edalmo da Mocidade Independente
11. Vou Brigar Com Ela (Aurinho da Ilha / Ione do Nascimento) Intérprete: Haroldo Melodia
12. Poeira do Caminho (Marinho da Muda) Intérprete: Marinho da Muda
(Atenção: Este link encontra-se na Internet através de blogs e não é de responsabilidade dos membros do Projeto 14 Sambas devendo ser deletado de seu micro no período máximo de 24 horas.Recomendamos que adquiram o cd na intenet através de sites como http://www.buscape.com.br/ ou similares preservando os direitos do ator)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Os dois lados da moeda carnavalesca


Vendo estes dias um site renomado que trata sobre carnaval carioca, vi um link que me chamou a atenção. Nele estava escrito "Musas do carnaval carioca e paulista". A curiosidade me fez clicar, porém me estranhou o surgimento de outros links que indicavam diretamente sites de modelos e celebridades globais que desfilariam pelo carnaval de 2009. Tal fato me pôs a pensar de novo na modernização de nossa festa dita então popular. Não sou saudosista, mas o fato de nosso carnaval atual valorizar estremamente a estética feminina de modelos e globais midiáticas que se quer tem contato com a comunidade que representam, e como robôs engessados, sem rebolado e o brasileirissimo samba no pé recebem a nobreza de rainhas, será um fato que sempre me incomodará, pois exemplifica a superficialidade que a cada dia domina o evento. Porém, outro fato me emocionou na mesma semana, mostrando que nem tudo esta perdido. A escola Império Serrano, realizou no ano passado um concurso para escolha de sua nova ala de passistas, onde competiram 150 passistas disputando por 62 vagas. O que seria um disputassímo concurso de exímios sambistas, surpreendeu ainda mais pela presença de Alessandra Torres, 25 anos, esta linda negra da foto ao lado. Alessandra, Deficiente auditiva, com seu talento foi uma das 62 selecionadas para representar a escola no sambódramo. Segundo entrevista com a mãe da passista, Torres consegue requebrar sem perder o ritmo, apenas sentindo a vibração dos instrumentos tocados pelos ritmistas de mestre Átila, usando da inspiração nas amigas, o compasso para continuar "riscando" o chão do sambódramo, enaltecendo a verdadeira mágia do samba. Sem dúvidas Alessandra merecidamente deveria receber uma ordem de nobreza em prol de nosso universo sambistico. Faces de uma mesma moeda que se não cuidada criticamente poderá um dia desaparecer, Salve Madureira. Abaixo um vídeo do ensaio tecnico dos passistas do Imperio onde dá para entender melhor a responsabilidade que é sambar nesta ala e o feito desta brilhante passista.por Fábio

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Programa Ensaio - Diogo Nogueira - Quarta 11/02 às 22:15 na TV Cultura




Fernando Faro recebe o cantor Diogo Nogueira. Filho do sambista João Nogueira, Diogo segue os passos do pai interpretando seus grandes sucessos, como “Espelho”, “Batendo à porta” e “Minha missão”. Durante o programa, o artista conta como era a relação entre eles; fala do Flamengo, seu time do coração; e relembra que costumava ir ao Maracanã com o pai. Também mostra sua composição “Samba pros poetas”, uma homenagem aos grandes sambistas. Ainda no repertório, músicas como “Nó na madeira”, “Coração leviano” e “Wilson, Geraldo e Noel”.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Cartola estrelando no filme Ganga Zumba Rei dos Palmares



Sempre quando a coisa apertava o sambista tinha de dar um "jeitinho" de se embrenhar em novos seguimentos, para "faturar um qualquer a mais" Cartola também passou por este processo através do papel que desenvolveu no filme Ganga Zumba Rei dos Palmares. Um filme de Caca Diegues gravado no ano de 1963. Neste filme participam do elenco o mestre Cartola e sua fiel companheira dona Zica, além da musa da bossa nova Nara Leão. O filme começa num engenho de cana-de-açúcar, no nordeste brasileiro, entre os séculos XVI e XVII. Inspirados pelo Quilombo dos Palmares, uma comunidade de negros fugidos da escravidão, situada na Serra da Barriga, alguns escravos tramam a fuga para lá. Entre eles, se encontra o jovem Ganga Zumba, futuro líder daquela república revolucionária, a primeira de toda a América. Neste longa metragem de aproximadamente 100 minutos percebemos como se deu esta paradoxal aventura daquele que foi o grande ícone do povo negro em uma versão cinematográfica dos anos 60. Descompacte todas as partes primeiro, depois é só juntá-las e assitir este clássico com o mestre do samba Cartola. por Crâ.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O músico e produtor Rildo Hora


Capa do disco A Vez e a Hora de Rildo Hora - 1971

A vez e hora de Rildo Hora, com certeza este título indica como se deu o papel e a carreira deste importante gaitista, violonista, cantor, compositor, arranjador e produtor que realizou importantes trabalhos de sambistas como Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Beth Carvalho entre tantos outros; tendo várias de suas composições gravadas e interpretadas por muitos sambistas. Um grande sucesso foi a música "Os Meninos da Mangueira" junto ao compositor Sérgio Cabral. Fez também várias parceriais musicais emocionantes como a que se deu com a cantora Clara Nunes. Produziu trabalhos importantes como de Leci Brandão, Casa de Samba, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz entre outros. Aqui disponibilizamos um trabalho de 1971 intitulado "A vez e a hora de Rildo Hora", trabalho o qual analiso como uma Bossa Nova regada a influências de um swing de samba rock temperados com a sua inseparável harmônica; um trabalho muito interessante para não se dizer histórico, confere aí. Clique no link e confira ISTO É PAPO DE BAMBA .Crâ
01 - Leonor (Rildo Hora)
02 - Panorama Segundo Rodrigo (Rildo Hora / Antônio Carlos)
03 - Assim na Terra Como no Céu (Nonato Buzar / Roberto Menescal / Paulinho Tapajós)
04 - O Pião (Rildo Hora / Heitor Quintella)
05 - O Empinador (Rildo Hora)
06 - O Saci Pererê (Rildo Hora / Humberto Reis)
07 - A Canoa (Rildo Hora / Sergio Bittencourt)
08 - Tantas Ruas Namorei (Rildo Hora)
09 - Canção Que Nasceu do Amor (Rildo Hora / Clóvis Mello)
10 - Ciranda Terezinha e Passaraio (Rildo Hora)
11 - O Contador de Estórias (Rildo Hora / Gracindo Jr.)
12 - Chorar Pra Que (Rildo Hora)
Atenção: Este link encontra-se na Internet através de blogs e não é de responsabilidade dos membros do Projeto 14 Sambas devendo ser deletado de seu micro no período máximo de 24 horas.Recomendamos que adquiram o cd na intenet através de sites como http://www.buscape.com.br/ ou similares preservando os direitos do ator)

*Créditos ao pessoal do Loronix

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Por falar em revolução musical e social




Isto é Sciência!! Garimpeiros do mundo este é Francisco de Assis França ou Chico Science, vendedor de carangueijo e figura que juntou movimentações expontâneas com eruditas, surgindo o movimento Mangue Beach. Cronista do povo e percebedor das necessidade e potencialidades de sua terra, a exemplo de ritimos como choro, samba, bossa nova e o próprio tropicalismo ele ressaltou uma nova cena cultural em Pernambuco, condensando a tradição com a modernidade, e unindo ritmos como hip-hop, funk e soul com o coco, malungo, batuque e jongo, transformando-os em um unico ritmo e por conseguinte revolucionando o cenario social e musical dos anos 90. Como citou em uma de suas composições "criou um satélite levando Recife para o mundo". Ontem, dia 2 de fevereiro, fez exatamente 12 anos que Chico partiu, mas seu legado ainda vive. Em uma sociedade presa ao consumismo e imediatismo, fatores que dificultam percepções de ambiente, fator necessário ao processo de transformação social, o destino fez surgir este talentoso ser, que como uma lanterna psicodélica iluminou e inspirou novos talentos. Como Science afirmou "um passo a frente e você já não esta mais no mesmo lugar". Abaixo um vídeo do fantástico destacando um pouco deste importante cronista pernambucano.por Fabio

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Programa Ensaio - Daniel Gonzaga próxima Quarta 04/02 na TV CULTURA



Fernando Faro recebe o cantor Daniel Gonzaga, que fala das lembranças de seu pai, Gonzaguinha. Ele conta que quando era criança não sabia da dimensão e da importância de Luiz Gonzaga. As recordações que tem são do avô no seu dia-a-dia com a família, e do pai nas festas de criança. O cantor também comenta sobre seu trabalho recente, “Comportamento Geral”. A idéia, segundo ele, era de tirar uma fotografia de um momento dele cantando a obra do pai. Ainda revela que Gonzaguinha deixou 14 músicas inéditas, dentre elas “Namorar”, que interpreta no programa. No repertório, canções como “Explode Coração”, “Gás Neon”, “Recado” e “O que é o que é”.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Adoniran Barbosa - Projeto de agosto 2008



O ano de 2008 foi recheado de várias kizombas e dois ótimos projetos, e assim como Paulo Cesar Pinheiro, não poderíamos deixar de destacar esta fígura incrível, conhecida como Adoniran Barbosa. As crianças choravam. Os cães corriam e latiam. Sem saber direito o que fazer, as pessoas tentavam juntar os poucos pertences. Enquanto isso, os tratores se preparavam para demolir mais um cortiço. Nada podia atrapalhar o crescimento de São Paulo, a cidade que nunca pôde parar. Do outro lado da rua, alguém havia interrompido a caminhada e observava, estarrecido, a cena que se tornava cada vez mais comum. Da desgraça e da tristeza, um samba nascia: "Se o sinhô não tá lembrado / dá licença de contá / que aqui onde agora está / esse edifício arto, / era uma casa véia / um palacete assobradado. / Foi aqui seu moço, / que eu Mato Grosso e Joca / construímos nossa maloca, / mas um dia nós nem pode se alembrá / veio os home co'as ferramenta / o dono mandô derrubá". Saudosa Maloca, primeiro grande sucesso de Adoniran Barbosa como compositor, foi criada em uma única noite, enquanto, ainda chocado com o despejo visto horas antes, passeava pelas calçadas já escuras da cidade. A rua era a verdadeira casa de sua obra, síntese de sotaques, de entonações próprias das migrações que sempre povoaram São Paulo. O compositor transformava a experiência do boêmio em música. As palavras do povo, o modo de falar dos mais humildes, tudo encadeado de maneira a criar poesia, novas sonoridades. Nas esquinas de São Paulo, ele encontrava a linguagem em seu estado puro, contando a realidade social por meio de um português vivo e cotidiano. Um português que preferia Marvina a Malvina, muié a mulher, que falava nóis em vez de dizer nós. Quando Adoniran Barbosa chegou a São Paulo, o disco e o rádio desenvolviam-se rapidamente. O rádio, que na década de 20 surgia com características amadoras e uma programação erudita, nos anos 30 mudava totalmente a sua conduta.A música, antes considerada folclórica e inferior, passava a ter status de popular e começava a ocupar cada vez mais espaço na programação. Em 1932, com a legislação da publicidade radiofônica, o meio se profissionalizava e se popularizava. Na capital paulista, Assis Chateaubriand fundava, em 37, a Rádio Tupi, unindo o novo meio ao jornal (Emissoras e Diários Associados). Mas a grande líder de audiência era a Record, a primeira emissora do país a constituir um elenco fixo. E nele se encontrava de tudo. Cantores de rua e de circo, maestros com formação acadêmica, "maestros de assobio", vendedores, atores, aventureiros sem profissão, intelectuais. O rádio era então o centro de todo sistema de comunicação de massa que começava a se formar. Nesse meio se movimentou Adoniran Barbosa, tanto como humorista quanto como sambista. Mas, nos dois casos, procurando esconder a dor de ver as mudanças da cidade que tanto amava, de ver o fim dos laços de solidariedade entre vizinhos e a destruição dos espaços urbanos que possibilitavam o encontro e a festa entre as pessoas. Todo o processo de criação de Adoniran era acompanhado de perto e incentivado pelo amigo e parceiro Oswaldo Molles. Era ele quem enviava Adoniran para longos passeios pelas redondezas, para observar e extrair histórias para seus programas. Também foi Molles quem deu chance para Adoniran interpretar diversos tipos. A parceria dos dois deu tão certo que, em 1946, a imprensa chamava Adoniran de "o milionário criador de tipos" e, Molles, "o milionário criador de programas". Nesse ano, o compositor fazia nada menos do que dezesseis interpretações diferentes.

Com o passar dos anos, o envolvimento de Adoniran com o rádio se tornou tão grande que, em abril de 53, sua agenda era a seguinte: segunda, interpretava o humilde marido Confúcio das Dores em Solteiro é melhor; na terça, trabalhava no programa Convite ao samba; na quarta, em Show Castelo e Vale o quanto pesa; na quinta, em Presença do Trio; na sexta, em O crime não compensa; no sábado, em Sítio do Bicho de Pé e no domingo, em A grande filmagem. Nesse último, trabalhava ao lado de nomes como Anselmo Duarte, Ilka Soares, além de duas orquestras e cantores, tudo sob a direção de Blota Jr.Em 1955, após o lançamento de Saudosa Maloca, estreou como o personagem Charutinho, em Histórias das Malocas, radiocontos escritos e dirigidos por Oswaldo Molles. O ex-mascate, ex-pintor de paredes e ex-quase tudo transformava-se no desocupado malandro morador do Morro do Piolho, pronto para mais uma viagem costeira pelo mundo dos humildes, como definia o próprio programa. Apesar de uma certa idealização das malocas, História das Malocas não mostrava um passado belo, mas sim um presente degradado: "Esta é a minha maloca, manja? Mais esburacada que tamborim de escola de samba em Quarta-feira de Cinzas. Onde a gente enfia a mão no armário e encontra o céu. Onde o chuveiro é o buraco da goteira. Não tem água de zinco. Às veis a gente toma banho de bacia e se enxuga com a toalha do vento. E quando não tem água a gente se enxuga antes de tomá banho", falava Charutinho. As críticas sociais eram constantes. Como no episódio em que a comunidade do Morro do PioIho decide fazer uma eleição e a urna é roubada. Ou em outro, em que os moradores resolvem sair para procurar emprego e só encontram um. Para ocupar essa vaga, escolhem Charutinho, o mais preguiçoso e vadio da turma. Já no departamento pessoal da empresa, o malandro é obrigado a um ir e vir sem fim, trazendo atestados, documentos e vacinas. "Eu tenho que tirá tanta coisa pra trabaiá, que eu vô boquejá pa turma do Morro, pa vê se por motível das dificurdádias..." Ajudado pelo pessoal do Morro, ele finalmente consegue ser empregado.No primeiro dia de trabalho, todos querem levar Charutinho até a porta da fábrica. Lá, a confusão: o pessoal é proibido de entrar e Charutinho, revoltado, faz um inflamado discurso e é demitido. A crítica não é contra o trabalho, mas contra o sistema que o transforma em algo sombrio e sem vida, longe da festa e da diversão. É impossível separar o radioator do compositor. Se a História das Malocas surgiu a partir de uma de suas músicas, seus sambas se embebiam no universo do programa de rádio. A partir de 1955, o Brasil se abria para os bens de capital estrangeiros e acelerava o processo de industrialização. Era época de euforia, de "50 anos em 5", era o governo JK. Juscelino Kubitschek queria a qualquer custo modernizar a produção, ampliando a indústria pesada e o setor de bens de consumo duráveis. A sociedade se motorizava e a economia nacional era cada vez mais integrada aos grandes monopólios internacionais. As mudanças na paisagem do centro de São Paulo eram visíveis para qualquer um. Especialmente para Adoniran, acostumado a andar diariamente por todas aquelas ruas, de boteco em boteco, entre um traguinho de pinga, um cigarro e um sambinha com os companheiros. Já não existiam o romantismo e a poesia dos primeiros tempos, o progresso chegava, arrastando tudo o que estivesse em seu caminho. São Paulo já não sabia mais adormecer. Não que aquilo deixasse o compositor triste.

Ele entendia que novos tempos estavam chegando, que os tipos que cantara em tantos sambas e que encarnara em tantos programas de rádio em pouco tempo deixariam de existir. "Progréssio / progréssio / eu sempre escuitei falá...", dizia uma de suas músicas. Mas também podia se sentir recompensado: graças a ele o passado estava eternizado, com seus Arnestos, com as saudades de destruídas malocas, com o trem que, às onze horas, deveria levar o namorado de volta ao Jaçanã. Adoniran Barbosa viu todas as mudanças que a cidade sofreu. E ninguém soube cantá-las como ele, sempre a partir do ponto de vista dos excluídos, dos marginais, dos párias da sociedade. Ele só entendia a composição assim: como a voz dos mais humildes, com uma voz que era a sua mais do que de ninguém. Ele que nunca cursara mais do que a terceira série do primário e que, antes de tentar ser artista, trabalhara em diversas profissões. Ele foi percebendo e vivendo as mudanças por que passava a cidade. Em 1951, gravaria Saudosa Maloca, pela Continental. A música, porém, só faria sucesso em 55, na interpretação dos Demônios da Garoa, que também gravaram o Samba do Arnesto. Aos poucos, com o reforço dos Demônios, sua vida artística foi evoluindo. Ainda em 55, duas reportagens publicadas na Revista do Rádio traziam os títulos: "Só faltava fazer sambas... e Adoniran também fez" e "Humorista faz músicas tristes". A fama chegava tarde na vida do compositor; o dinheiro, no entanto, não chegaria nunca. Por um lado, porque Adoniran continuava ganhando mal na Record e, por outro, porque não dispensava uma pinga no fim do dia, continuando tão boêmio e mulherengo quanto no início da carreira. Uma das alternativas para aumentar o orçamento no fim do mês foi levar a trupe radiofônica para os circos da periferia da cidade. Matilde, sua esposa, contava que ela era a responsável por depositar o dinheiro arrecadado durante aqueles espetáculos circenses: uma enorme quantidade de notas miúdas, sujas, que mais de uma vez o caixa bancário se negou a aceitar. "Acontece que a gente era muito pobre, porque ninguém fazia shows como hoje. Adoniran só cantava em circo e, de vez em quando, no Cine-Teatro Colombo, lá no Brás, ou no Coliseu, no Largo do Arouche", lembra a companheira do compositor. O impulso dado na carreira de Adoniran e o sucesso de História das Malocas dá uma diminuída a partir de 1958. A audiência do programa começa a cair e o samba passa a sofrer a concorrência de um novo movimento musical, marcado pela influência do jazz norte-americano, que logo ficaria conhecido como bossa nova. João Gilberto gravava Chega de saudade e transformava o cenário da música brasileira. Apesar do clima pouco favorável, Adoniran continuava com suas andanças e suas composições. Músicas que vão registrando passo a passo a vida da maloca, que também vai acompanhando o ritmo imposto pelo progresso. Em 1959, Abrigo de Vagabundo contava o início de uma nova maloca, perto da Mooca. Porém, em 1969, vem Despejo na favela. "Dispois o que eu tenho / É tão pouca mudança / É tão pequena / Que cabe no bolso", diz o morador diante do oficial que Ihe mostra a ordem de despejo. Mas é em 65 que Adoniran dá mais uma guinada e volta a caminhar pelos trilhos do sucesso: é a vez de Trem das Onze. Lançada no meio do ano pelos Demônios da Garoa, a música chegou forte no Carnaval do ano seguinte, tomando conta do povo nas ruas, cantada com entusiasmo pelos foliões. Cada vez mais respeitado como compositor, Adoniran vinha enfrentando problemas em sua carreira de radioator desde 64, com o suicídio do amigo e parceiro Oswaldo Molles. Era o fim da História das Malocas e das aventuras de Charutinho, que sairiam do ar definitivamente em 68. Por ter horror a pequenas platéias, o artista também já quase não fazia mais shows em circos - estes não mais atraiam o mesmo público de antigamente. Adoniran passou a ser marginalizado na Record. Todos os dias chegava no trabalho, procurava seu nome na escalação do dia e não encontrava nada. Sem ter o que fazer, ia para o bar e ficava papeando. Novas histórias, novas músicas. Compor passou a ser sua grande meta. E, na sua obra, dois bairros paulistanos se destacavam: o Brás e o Bixiga. O primeiro, com suas casas velhas, seus cortiços superpovoados e as ruas em franca decadência. O Bixiga, com as cantinas italianas, o clima camarada e amigo, o lugar onde Adoniran reencontrava suas origens. Suas músicas se tornavam cada vez mais reportagens, crônicas de costumes e de época. Com o passar dos anos, já não podia mais sair à noite. Anos de garoa noturna, sem chapéu e sem casaco, lhe trouxeram um enfisema pulmonar que o acompanhou até o fim da vida. Reclamava: "Eu que sempre fui um homem das ruas quase não saio mais de casa". Aos poucos, a noite deixou de lhe pertencer. Cada vez era mais difícil criar coisas novas. E as composições antigas aos poucos iam sendo deixadas de lado pelas rádios, preocupadas em tocar bossa nova e depois o iê-iêiê. Isso também era motivo de mágoa: "Por que não tocam mais minhas músicas? Afinal, todos dizem que sou um bom compositor", queixava-se às vezes. Todos esses inconvenientes tumultuaram os últimos anos de vida de Adoniran Barbosa. Em entrevista ao jornal Diário Popular, declararia: "Nada meu foi conseguido com facilidade. Tudo parecia como se eu quisesse entrar num elevador e, embora havendo lugar, o cabineiro que não ia com a minha cara logo dizia: Tá lotado...". Persistência que finalmente lhe trouxe o reconhecimento merecido. Tardio, especialmente para quem sempre lutou por uma chance de brilhar. Mas não menos saboreado por isso. Quando começou a ser chamado para entrevistas e outras homenagens, em meados da década de 70, não pensava duas vezes antes de aceitar. Gostava da popularidade, dos refletores das televisões, e de estar em evidência. Era assim com 20 anos de idade, foi assim aos quase 70. Apesar de ainda reclamar da demora em vencer como artista, dizia-se satisfeito: "Eu sou um homem feliz. Fiz tudo o que quis na vida, mesmo com atraso... Só não fiz teatro porque agora já não tenho mais coragem. O teatro é duro, tem que ser cara a cara com o público... Mas fiz novela, e é uma parada, pois a gente tem que chegar cedinho, cinco, seis horas da manhã, e não se sabe a que horas sai, nem se almoça ou janta... É trabalho para leão. Ainda mais para mim, que sempre gostei da madrugada, não dá certo, pois assim eu não durmo... Eu gosto de fazer publicidade, quando me pagam direitinho". Com os anos, o enfisema pulmonar que o maltratava foi piorando. Mesmo assim, queria continuar andando, queria ver o Carnaval, o samba e o povo nas ruas. Em 82, após algumas internações, veio a caminhada final. Adoniran morreu num hospital, na avenida Santo Amaro zona sul de São Paulo, com Matilde sempre a seu lado. Imortalizado em sons e em imagens de uma música que continua cantando com humor as desgraças do dia-a-dia. Atual sempre. A cidade que ele retratou não é mais a mesma, mas a dor e a miséria humanas continuam iguais.

Fontes: "memórias da mpb" - Samira Prioli Jayme; Cifrantiga - História da MPB e Cifras; MPB Compositores - Ed. Globo; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Ditora PubliFolha.