domingo, 15 de fevereiro de 2009

Briga por milhões para desfile abre crise no mundo do samba


O Presidente da Viradouro, Marquinhos Lira (Esq.) e Moisés travam batalha em função de um dossiê anonimo elaborado para busca de patrocínio.
O carnaval mal começou e já começam as "batalhas" entre as escolas de samba.


Presidentes de escolas acusam Vila Isabel de ter elaborado dossiê para prejudicar busca por patrocínios

Aloy Jupiara, Chico Otavio, Clarissa Monteagudo e Isabel Boechat

RIO - Há uma cisão profunda, quase guerra aberta, entre os presidentes da Viradouro, Marco Antonio Lira de Almeida, o Marquinhos Lira, e da Vila Isabel, Wilson Vieira Alves, o Moisés. Esse conflito, a uma semana do carnaval, expõe divergências entre presidentes das grandes escolas. Como pano de fundo, está um dossiê anônimo endereçado à Petrobras, contendo denúncias contra dirigentes de escolas, com a suposta intenção de sabotar o patrocínio da estatal às agremiações do Grupo Especial. O conteúdo da denúncia foi tema de uma das mais tensas reuniões plenárias da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) em 2008, na qual pelo menos dois representantes apontaram a Unidos de Vila Isabel como origem das acusações.
No último carnaval, a Petrobras injetou R$ 12 milhões no desfile do Grupo Especial, divididos igualmente entre as escolas. Mas para este carnaval não veio dinheiro nenhum. Embora o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, afirme que o patrocínio foi sustado por conta da crise econômica mundial, alguns presidentes estão convencidos de que o dossiê teve influência na decisão da Petrobras.
Castanheira confirmou a reunião que discutiu o dossiê. Segundo ele, o presidente da Portela, Nilo Figueiredo, e o representante da Viradouro, Paulo Roberto Mendonça, o Bambamban, disseram que a denúncia tinha saído da Vila Isabel e questionaram publicamente Moisés. Castanheira conta que Moisés reagiu dizendo: "Estão querendo botar tudo na minha conta", reclamando, em seguida, que no carnaval anterior sofrera a acusação de tentativa de influência de um dos jurados. Moisés nega ter sido questionado na plenária sobre a carta ou que a Vila tenha sido a responsável por sua divulgação.
Mas presidentes de escolas detalham a briga e apontam a carta como motivo da falta de patrocínios em 2009:
- O Moisés praticamente se entregou dizendo que um gerente da Petrobras é seu amigo, fica hospedado na sua casa de praia, mas que não teve intenção de prejudicar ninguém...
A carta com acusações de irregularidades em várias escolas rodou a presidência de várias empresas e praticamente inviabilizou o patrocínio do carnaval de muitas escolas. Apenas a Grande Rio, a Beija-Flor e a Vila Isabel não eram citadas - disse um presidente, que estava na reunião.

*Retirado do Jornal Extra do Rio de Janeiro JORNAL EXTRA

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