domingo, 3 de abril de 2011

"O QUILOMBO" webjornal do Quilombola de Piracicaba


"O Quilombo" n I, ano 2011


   Reconhecer o Outro e a ti mesmo.
   Quilombola sao já mais de 155 personagens.


Fora os típicos que já conhecemos, entidades que encontramos a cada encontro, a cada festa. Os momentos sociais do quilombola proporcionam um encontro de personalidades locais, populares, expressados em convívio, festas, harmonizações de expectativas, brigas que terminam em risos, que mais soam como momento extremo de confiar, representados em grande amizade, coletivizamos até nossas fraquezas.


"Mas por que dizemos que alguém é igual ou diferente de outro? Porque comparamos. Comparamos como se fosse o caso de identificar objetos. E comparamos para exercer poder, para dominar. Na verdade, os homens não são iguais, nem desiguais. Os homens, seres singulares, coexistem em sua diversidade. Cada uma dessas singularidades corresponde, às vezes, à dinâmica histórica de um Outro, um coletivo diverso. Na prática, aquilo que nós experimentamos de uma cultura, principalmente da nossa, é a diversidade de seus repertórios, onde se mostram hábitos, enunciados e simbolizações. Por que, então, ignoramos ou nos imunizamos socialmente contra uma determinada dimensão da diversidade? O modo de vida dos indígenas, por exemplo? Possivelmente porque, armado da razão comparativa, amplificada pela economia e pela técnica, o sujeito de poder, convertido em “unidade de dominação”, à imagem de Um-absoluto (utopia da metafísica) auto-imunizase contra a exterioridade dos lugares, limiar da diversidade numérica, e contra o sensível, que invoca a dualidade para o lugar do Um e enseja a empatia para com o diverso. A imunização é uma barreira à empatia e à compreensão. O único afeto possível para com o diverso é o da patronização escravista. Mesmo da cognição racional, a sociedade global está muito afastada, a menos que tome contato com as obras especializadas dos antropólogos. Há a questão da distância entre a vida das cidades e a das aldeias, há os apelos e as complexidades da vida moderna, que levam até mesmo as gerações mais jovens do Xingu a esquecerem os rituais e seus cânticos. (Sodré, Muniz. 2006) (*)

Natural, como uma roda de capoeira, o debate, lúdico espetáculo de caráter e demonstração de respeito se expandiu em musica, em desafio de superar, coletivização motora, experiência psicopedagógica e mais risadas. Antes que os "eu´s" se reflitam em diálogos estéticos ou políticos... Refletem um momento em que em algum modo de ser dessa ilusão de liberdade, nos permite sermos nós mesmos, um “eu coletivo”, um conjunto de indivíduos e individualidades, mesmo que a realização social e o cotidiano sejam depurados, nossos... São os cumprimentos, os abraços, e novas adoções para esta família de indivíduos.

Mas este “eu coletivizado”, em momentos do cotidiano em que essa determinação, o funcionalismo diário, seria uma rendição? A ponto de negar o “Outro” ao tempo lógico histórico do trabalho...?

Quem cultivará as hortas? As poesias?

Salve Quilombola!

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musica

Cartola - Corra e Olhe o Céu -Programa Ensaio
http://www.youtube.com/watch?v=DXqSLUUb-Tc

Muniz Sodré. Diversidade e diferença, RJ 2006.

obs da ediçao:"Contra informação!": Repudio a manifestações Racistas por meio de figuras políticas na mídia desta semana, preferimos portanto, promover outros debates, ouvir outras musicas. " Um satélite na cabeça!" no mangue ou um samba no Rio Piracicaba, salve "Chicos". Construímos outras história.




colaborador do quilombola, coletivo webJornal "O Quilombo" n I, 03 de Abril, ano 2011




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