domingo, 5 de abril de 2009

Lundu um dos patriarcas do samba


Para muitos pesquisadores o samba separa-se através de dois processos, um mais relacionado ao corpo, através das danças envoltas a sensualidade e desenvoltura corporal e outro musical embalado a ritmos percursivos praticados pelos negros escravos. O Lundu também seguiu este processo. Estudiosos afirmam que foi trazido por escravos bantos, tendo como origem provável Angola e Congo. O Lundu em seu período mais "patriarcal" tinha como tema a dança. Escravos simulavam um convite sexual do homem à mulher; onde esta que a princípio simulava resistência durante a dança, entregava-se aos caprixos do homem ao final da mesma. Em decorrência da demasiada sensualidade, lubridade e apelo sexual, forte demais aos padrões da época (o inicio do Lundu data de meados de 1780) e por ter raiz na veia escrava, os nobres da época criaram represálias e proibição da dança. Para sua sobrevivência o Lundu se adequou, europerizando-se e adotando padrões mais "embranquiçados" onde mais "brandos", (a dança ficou menos sensual onde homens e mulheres dançam soltos, formando um semi-círculo onde cada par, após dançar no centro, volta ao seu lugar; dançando todos juntos no final ) fez surgir o Lundu-canção. Com letras comicas, o Lundu-canção disfarçou-se e difundiu-se para as classes dominantes, alcançando aceitação. Através deste disfarce imbutiu nos temas de suas letras amores condenados pela sociedade, exaltação a mulher negra e mulatos, sem abrir mão totalmente de suas características esculturais, tanto na forma ritmica quanto na de expressão corporal. Estudiosos afirmam que o Lundu foi a primeira música negra adotada pelos brancos dominantes em função de seu "amulatamento" citado acima. Do Lundu muitos outros ritmos surgiram como o maxixe, chote e até o próprio samba. Hoje alguns projetos tentam manter viva esta manifestação porém com o decorrer dos anos várias alterações na sua forma de expressão e indumentária já ocorreram, como a que veremos nos vídeos abaixo do grupo de lundu Marajoara. por Fábio

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