Piracicaba prepara lançamento do “Clube do Samba”
Um seleto grupo de amigos, pesquisadores, admiradores e multiplicadores das artes e da Cultura, decidiram se reunir para lançar o “Clube do Samba de Piracicaba”. A proposta é resgatar as inúmeras manifestações e expressões da cultura popular relacionadas ao gênero Samba, em todas as suas variações, dos mais cantados aos mais dançados, até as derivações “samba de lenço”, samba de roda que floresceram nos séculos anteriores, mas que hoje estão guardadas apenas na memória de alguns antigos praticantes e pesquisadores. Essas antigas manifestações precisam ser relembradas ou aprendidas, para o bem da Cultura local e conhecimento das novas gerações. O lançamento festivo do “Clube do Samba” acontecerá no próximo dia 06 de junho, na Av. Alidor Pecorari, no antigo restaurante Casa Velha, no Parque da Rua do Porto, com início às 14h e término às 20h. O evento de inauguração do “Clube do Samba” é temático e foi idealizado para reativar a memória de quem conheceu, e mostrar aos que não conheceram, o calor, a ginga e a alegria do tradicional grupo “Zueira Samba”, que fez sucesso estrondoso em Piracicaba nos anos 70 e 80. O “Zueira Samba” será homenageado no evento de lançamento do clube, na figura do ex-vocalista Roque Emídio. Ele foi convidado para mestre de cerimônias e, sem dúvida, esquentará o inverno dessa tarde de sábado em que a confraria do samba de Piracicaba estará reunida. A idéia de se formar um Clube do Samba em Piracicaba foi baseada no Clube do Samba do Rio de Janeiro, criado em 1979 por um grupo de sambistas já consagrados no cenário musical brasileiro, comandado por João Nogueira. Ele chamou os amigos Beth Carvalho, Zeca Padoginho, Martinho da Vila e outros, para se unirem e com sua militância preservar o espaço do samba brasileiro contra o avanço da música internacional, especialmente o gênero “discoteca”, que entrou no Brasil na década de 70 trazido pelas gravadoras multinacionais. O tempo e as qualidades intrínsecas do Samba, celebrado por muitos como o gênero musical mais tradicional e arraigado na cultura do povo brasileiro, provaram que a resistência dos velhos sambistas das escolas cariocas, aliada à garra da então nova geração do samba, foi bem sucedida. Há apenas 30 anos, quando a sobrevivência do samba foi ameaçada pela música estrangeira, o velho compositor da Mangueira Nelson Sargento, afirmava: “O Samba não é uma onda, não é um movimento, não é moda. O Samba é uma instituição. Por isso, apesar de todas as dificuldades que ele enfrenta para sobreviver, o Samba não passa. O Samba pode agonizar, mas não morre”.