sexta-feira, 26 de março de 2010

Fabiana Cozza

Como esqueci de dar a notícia, vou ao menos divulgar o acontecimento. A graciosa Fabiana Cozza se apresenta hoje em Piracicaba e será muito bem recebida pelos músicos piracicabanos. A abertura fica ao som do respeitável Cateretrio, formado por Samuel Gustinelli, Wagner Silva e Fernando Nogueira. A encantadora Lú Garcia soma sua voz com as piracicabanas Sandra Rodrigues, Teresa Alves e Nina Neder. Show de fato inesquecível e de grande valor musical. E viva a música! Merecemos todos os aplausos pela expressividade da música paulista que muito valoriza e acrescenta à música brasileira. 


ASSISTA: Neste vídeo, Fabianna Cozza é acompanhada por Zimbo Trio, formado por Amílton Godoy (piano), Itamar Colaço (contrabaixo) e Rubens Barsotti (bateria). Formado no início de 1964 em São Paulo por Luiz Chaves, baixo, Rubens Barsotti, bateria e Amilton Godoy, piano, foi um dos grupos que mais influenciaram outras músicos em relação à maneira de acompanhar música brasileira.  Itamar Colaço substituiu Luiz Chavez no contrabaixo e integrou-se ao Zimbo, trio que é expoente da ala paulista da bossa nova, apoiados no toque pianístico de formação erudita de Godoy. A música interpretada é do grande carioca e brasileiro Paulo César Pinheiro e Wilson das Neves, lançado em 1996 no disco "O Som Sagrado de Wilson das Neves". Com vocês o Samba é meu Dom.

quinta-feira, 25 de março de 2010

O Mistério do Samba



Não tem nada disso.
Depois é que o samba foi para o 
morro. Aliás, foi para todo lugar.
Onde houvesse festa nós íamos.
Donga

Aqui vai a dica! Pra quem gosta de samba e tem o gosto da leitura, esse é um livro indispensável que Hermano Vianna nos deu. Já no prefácio, Sergio Cabral abrilhanta a obra e introduz o autor, que apresenta no livro uma versão bastante modificada da tese de doutorado que defendeu com o tema em questão na UFRJ. Porém, o livro mostra a performance do samba no Rio de Janeiro capital e vai a fundo na sua transformação social que o levou a símbolo da identidade nacional. O livro traz a discussão que movimentou os intelectos do século XIX com o "problema" da mestiçagem no Brasil, onde discursos contraditórios o envolvem, causando debates sobre a política nacionalista e o papel do mestiço brasileiro, até as primeiras décadas do século XX visto como mau elemento na sociedade carioca e que denegriam a imagem do Brasil em relação ao mundo. Hermano busca analisar vários aspectos que levaram o samba ao posto de música nacional, introduzindo conceitos de grandes pensadores brasileiros como Gilberto Freyre, que ganha um capítulo exclusivo, autor do livro Casa Grande e Senzala (leitura obrigatória) lançado em 1930 e que modificou as estruturas do país ao mostrar os valores positivos que a mestiçagem trouxe ao Brasil, tendo influenciado inclusive  Getúlio Vargas que instaura o Estado Novo e carrega o samba como produto nacional. O livro começa com um encontro inusitado e por muitas vezes corriqueiros na sociedade carioca mas que Hermano Vianna traça como histórico e monta o enredo do livro entorno desse encontro em 1926 que envolveu o historiador Sergio Buarque de Holanda, Prudente de Moraes Neto, os compositores Heitor Villa-Lobos e Luciano Gallet, e os brasileiríssimos Pixinguinha, Patrício Teixeira e Donga, além do Gilberto Freyre em sua primeira visita ao Rio. Não preciso falar mais nada. Boa leitura!